ATA DA SEPTUAGÉSIMA SESSÃO
ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA,
EM 11-9-2006.
Aos onze dias do mês de setembro do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, DJ Cassiá Gomes, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Raul Carrion e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Ibsen Pinheiro, João Bosco Vaz, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Paulo Odone e Professor Garcia. À MESA foram encaminhados: pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, o Pedido de Providência nº 1740/06 (Processo nº 4623/06); pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providência nos 1725 e 1726/06 (Processos nos 4558 e 4559/06, respectivamente); pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Pedidos de Providência nos 1734, 1735 e 1736/06 (Processos nos 4571, 4572 e 4573/06, respectivamente); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 1712, 1715 e 1738/06 (Processos nos 4517, 4520 e 4592/06, respectivamente); pelo Vereador Carlos Comassetto, os Pedidos de Providência nos 1722, 1723 e 1724/06 (Processos nos 4555, 4556 e 4557/06, respectivamente); pelo Vereador Cassiá Carpes, o Pedido de Providência nº 1741/06 (Processo nº 4625/06); pelo Vereador Haroldo de Souza, o Pedido de Providência nº 1737/06 (Processo nº 4591/06); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 1718, 1721 e 1728/06 (Processos nos 4545, 4554 e 4561/06, respectivamente); pela Vereadora Margarete Moraes, o Pedido de Providência nº 1727/06 (Processo nº 4560/06); pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providência nos 1713, 1714, 1729, 1730, 1731, 1732 e 1733/06 (Processos nos 4518, 4519, 4566, 4567, 4568, 4569 e 4570/06, respectivamente); pela Vereadora Maristela Meneghetti, o Pedido de Providência nº 1739/06 (Processo nº 4620/06); pela Vereadora Mônica Leal, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/06 (Processo nº 4117/06); pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de Providência nos 1719 e 1720/06 (Processos nos 4552 e 4553/06, respectivamente); pelo Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de Providência nos 1716 e 1717/06 (Processos nos 4521 e 4540/06, respectivamente). Ainda, foi apregoado o Ofício nº 622/06 (Processo nº 4626/06), de autoria do Senhor Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre, solicitando autorização para ausentar-se do País do dia dezoito ao dia vinte e nove de setembro do corrente, quando representará o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre no Encontro de Cidades Irmãs, a ser realizado em Suzhou, na China. Do EXPEDIENTE, constaram, Ofícios nos 629, 630, 731 e 732/06, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Na ocasião, em face da inexistência de quórum deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da Sexagésima Quinta, Sexagésima Sexta e Sexagésima Sétima Sessões Ordinárias. Em continuidade, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o Senhor Presidente informado que, durante esse período, seriam realizadas homenagens à Sociedade Libanesa de Porto Alegre, pelo transcurso do septuagésimo aniversário dessa instituição, e ao Sport Club Internacional, pela conquista da Copa Toyota Libertadores de dois mil e seis. Compuseram a Mesa, para a homenagem à Sociedade Libanesa de Porto Alegre: o Vereador Luiz Braz, Presidente em exercício da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores Cláudio Satte, Salim Sessim Paulo e José Carlos Hariez, respectivamente Presidente, Vice-Presidente Cultural e Vice-Presidente do Conselho da Sociedade Libanesa de Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Antonio Dib teceu considerações acerca da história do Líbano, lembrando a chegada dos primeiros libaneses ao Município, no ano de mil novecentos e quatorze. Da mesma forma, saudou a Sociedade Libanesa de Porto Alegre, afirmando que as atividades beneficentes e recreativas dessa instituição foram e são fundamentais para a integração da comunidade libanesa e tiveram grande importância para o desenvolvimento sociocultural da Cidade. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou o Vereador João Antonio Dib para proceder à entrega, ao Senhor Cláudio Satte, de Diploma alusivo aos setenta anos da Sociedade Libanesa de Porto Alegre, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que, em nome dessa entidade, agradeceu a homenagem hoje prestada por este Legislativo. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença de representantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da SOS Amigos Bichos, da Gatos e Animais, do Projeto Pró-Animal e da União de Defesa da Vida Animal, que se encontram neste Plenário para proceder à entrega de abaixo-assinado de apoio ao Projeto de Lei do Legislativo nº 043/05 (Processo nº 0976/05), que trata da redução do número de carroças em Porto Alegre. Às quatorze horas e trinta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e nove minutos, constatada a existência de quórum. Compuseram a Mesa, para a homenagem, em Grande Expediente, ao Sport Club Internacional: o Vereador Luiz Braz, Presidente em exercício da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Márcio Bins Ely, Secretário Municipal de Esportes, Recreação e Lazer, representando o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; os Senhores Fernando Chagas Carvalho Neto e Mário Sérgio Martins da Silva, respectivamente Presidente e 2º Vice-Presidente do Sport Club Internacional. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças do Senhor Abel Braga, Técnico do Sport Club Internacional, e dos jogadores Fernandão, Marco Antônio, Marcos Venâncio, Clemer Melo da Silva, Marcelo Boeck e Pedro Iarley Dantas, atletas desse clube. Na oportunidade, o Senhor Presidente informou que os Vereadores Ibsen Pinheiro e Ervino Besson dividiriam o tempo para pronunciamento no período de Grande Expediente. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Ibsen Pinheiro nomeou os integrantes da equipe técnica e administrativa do Sport Club Internacional, declarando que as vitórias alcançadas por esse clube são resultado do trabalho conjunto desses profissionais e do incentivo constante por eles recebido da torcida colorada. Ainda, elogiou, em especial, a gestão empreendida pelo atual Presidente dessa instituição, Senhor Fernando Chagas Carvalho Neto. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Paulo Paixão, Preparador Físico do Sport Club Internacional. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Ervino Besson historiou a trajetória do Sport Club Internacional desde sua fundação, citando campeonatos conquistados e asseverando que a dedicação e o profissionalismo demonstrados por essa equipe servem de exemplo e são motivo de orgulho para todos os brasileiros. Também, pronunciou-se sobre o jogo de futebol realizado ontem em Porto Alegre, entre as equipes do Sport Club Internacional e do Atlético Paranaense, pela vigésima terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Na oportunidade, o Vereador Haroldo de Souza procedeu à narração do gol marcado pelo jogador Fernandão, no dia dezesseis de agosto do corrente, em jogo contra a equipe do São Paulo Futebol Clube, na final da Copa Toyota Libertadores. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo discorreu sobre o significado da vitória alcançada pelo Sport Club Internacional no jogo contra a equipe do São Paulo Futebol Clube, na final da Copa Toyota Libertadores de dois mil e seis. Sobre o tema, salientou que a emoção da torcida colorada pela conquista desse Título foi retratada nas ruas da Cidade, coloridas com bandeiras e faixas vermelhas, expressando o sentimento de euforia observado na comunidade gaúcha. A Vereadora Maristela Maffei cumprimentou o Sport Club Internacional pela conquista do Título de campeão latino-americano de futebol, registrando que a paixão de Sua Excelência por esse clube vem da infância, quando assistia aos jogos na companhia de seu pai. Ainda, ressaltou que um torcedor também enfrenta, juntamente com seu time, as sensações de derrota e vitória, frisando sua confiança na conquista, pelo Sport Club Internacional, do Campeonato Mundial Interclubes, em dezembro do corrente. O Vereador Paulo Odone saudou o Sport Club Internacional, destacando que uma competição da grandeza da Copa Toyota Libertadores só é vencida por um time que possui uma equipe técnica e de apoio altamente qualificada, ciente de seu objetivo e convicta das possibilidades de alcançá-la. Nesse sentido, enalteceu o trabalho dos profissionais que integram o clube ora homenageado e comentou a rivalidade observada no Rio Grande do Sul, entre as torcidas gremista e colorada. O Vereador Cassiá Carpes parabenizou a equipe técnica, bem como os jogadores e torcedores do Sport Club Internacional, relembrando a sua própria atuação na área futebolística. Nesse sentido, elogiou a equipe colorada pela estratégia utilizada na conquista da Taça Toyota Libertadores, ressaltando a determinação, o esforço para superar dificuldades, o crescimento e o comprometimento de seus integrantes para alcançar esse objetivo. O Vereador Nereu D'Avila ressaltou a importância do Título Honorífico de Líder Esportivo concedido por esta Casa ao Senhor Fernando Chagas Carvalho Neto, elogiando a lucidez, a disciplina e a capacidade de planejamento demonstradas por Sua Senhoria na administração do Sport Club Internacional. Ainda, mencionou o trabalho dos Senhores Vitório Piffero e Pedro Affatato, dirigentes desse clube, e da equipe como um todo, para explicar o atual sucesso do Sport Club Internacional. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou o Vereador Nereu D'Avila para proceder à entrega de Diploma referente ao Título Honorífico de Líder Esportivo ao Senhor Fernando Chagas Carvalho Neto e, após, foi executado o Hino do Sport Club Internacional. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou os jogadores e dirigentes do Sport Club Internacional para serem fotografados juntamente com Sua Excelência. Também, o Vereador Mario Fraga manifestou-se acerca da possibilidade de funcionários deste Legislativo serem fotografados ao lado de jogadores do Sport Club Internacional, tendo o Senhor Presidente informado que, em seguida ao pronunciamento do Senhor Fernando Chagas Carvalho Neto, essas fotografias poderiam ser realizadas. Em seguida, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Fernando Chagas Carvalho Neto, que agradeceu o recebimento do Título Honorífico de Líder Esportivo e destacou a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao Sport Club Internacional. Às quinze horas e quarenta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni defendeu a colocação de desfibriladores cardíacos em lugares de grande circulação na Cidade, referindo-se aos Projetos de Lei do Legislativo nos 048/04 e 201/05, de sua autoria, que tratam da ressuscitação cardiopulmonar. Também, cobrou para o próximo ano a execução da Lei Municipal n° 9.728/05, que cria uma Feira Popular de produtos típicos no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. A seguir, o Senhor Presidente registrou o recebimento de convite para oficina de preparação de Vereadores do Rio Grande do Sul às Leis Municipais de Plano Diretor Participativo, a ser realizada pela Frente Nacional de Vereadores pela Reforma Urbana, com colaboração do Ministério das Cidades, nos dias treze e quatorze de setembro do corrente, no City Hotel, em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell discorreu acerca de problemas de segurança pública constatados no Rio Grande do Sul, elogiando as prisões, pela Polícia Federal, Brigada Militar e Polícia Civil, de narcotraficantes que atuavam na Serra Gaúcha e de quadrilhas que atuavam no Estado. Em relação ao assunto, atentou para a ilegalidade na receptação de peças de rádios automotivos, argumentando que essa prática incentiva o aumento da criminalidade. O Vereador Claudio Sebenelo discursou acerca dos efeitos gerados pelas dificuldades financeiras na sociedade brasileira atual, atribuindo aos problemas nessa área o surgimento de fontes alternativas de renda e o crescimento dos índices de violência. Nesse sentido, desaprovou o enfoque dado pelo Poder Executivo Federal à política econômica, sustentando que a incompetência gerencial de governantes e o aumento do desemprego também são causas diretas da adesão de pessoas ao crime organizado. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maria Celeste contestou as políticas de assistência social do Governo Municipal, referindo-se a mortes de crianças em Porto Alegre, que, na opinião de Sua Excelência, poderiam ter sido evitadas por ações mais eficazes nessa área. Além disso, sugeriu a instalação de uma comissão, sob a coordenação da Fundação de Assistência Social e Cidadania, para tratar questões referentes a moradores de rua da Cidade. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Bernardino Vendruscolo, respondendo ao pronunciamento da Vereadora Maria Celeste, em Comunicação de Líder, afirmou que problemas na área de assistência social já existiam durante os mandatos do Partido dos Trabalhadores no Governo Municipal. Também, criticou a comercialização, no Acampamento Farroupilha, de produtos não relacionados à cultura tradicionalista gaúcha, frisando que essa atividade não é condizente com a idéia do evento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Bernardino Vendruscolo, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, cobrou do Poder Executivo Municipal a escolha do Patrono e da Patrona da Semana Farroupilha, conforme definido em legislação aprovada neste Legislativo. Ainda, protestou contra o monumento Supercuia, asseverando que essa obra não retrata as tradições gaúchas, e elogiou projetos culturais apresentados pelos componentes do Acampamento Farroupilha. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib divergiu do aumento, nos últimos vinte anos, do número de Municípios no Rio Grande do Sul, reiterando que esse fenômeno acarreta o crescimento das despesas do Estado, sem oferecer vantagens em contrapartida. Também, defendeu a diminuição da quantidade de parlamentares no País, traçando um comparativo entre o número de Deputados por habitante no Brasil e nos Estados Unidos da América. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/06, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/06, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Lei do Legislativo nos 139 e 192/06; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 011/06, o Projeto de Lei do Legislativo nº 176/06; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 183, 185, 186 e 187/06, o Projeto de Lei do Executivo nº 033/06, discutido pelo Vereador João Antonio Dib. Na ocasião, o Senhor Presidente manifestou-se acerca do pronunciamento do Vereador João Antonio Dib em Pauta. Às dezesseis horas e cinqüenta e três minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Luiz Braz e secretariados pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos ao
O
Grande Expediente de hoje é destinado a prestar duas homenagens: no primeiro
momento, homenagearemos a Sociedade Libanesa de Porto Alegre pelo transcurso do
seu 70º aniversário, por proposição do Ver. João Antonio Dib. A segunda
homenagem é ao Sport Club Internacional pela conquista da Copa Libertadores da
América, por proposição dos Vereadores Ervino Besson e Ibsen Pinheiro.
Convido
a fazer parte da Mesa, para homenagear a Sociedade Libanesa, o Sr. Cláudio
Satte, Presidente da Sociedade Libanesa de Porto Alegre; o Vice-Presidente
Cultural da Sociedade Libanesa, Sr. Salim Sessim Paulo; e o Vice-Presidente do
Conselho da Sociedade Libanesa, Sr. José Carlos Hariez.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, saudando
o Sr. Cláudio Satte, Presidente da Sociedade Libanesa, o Dr. Salim Sessim
Paulo, Vice-Presidente Cultural da Sociedade, o Sr. José Carlos Hariez,
Vice-Presidente do Conselho da Sociedade, saúdo também todos os integrantes da
nossa querida Sociedade Libanesa presentes nesta Casa, neste momento.
O Líbano é um pequeno país com um grande povo. Esse
grande povo, ao longo do tempo - e isso já vinha com os fenícios, seus
ascendentes -, se espalhou pelo mundo; os quatros cantos do mundo receberam
libaneses, e os seus filhos se adaptaram perfeitamente bem. Eu penso que o povo
libanês é o que melhor se adapta à sociedade em que vive, à comunidade em que
vive.
Em 1914, os primeiros libaneses começaram a chegar
a Porto Alegre e se instalaram na Rua Nova, hoje Andrade Neves; eram nomes de
famílias que hoje são tradicionais para nós, como Adaime, Adam, Allem, André,
Assaf, Bittar, Buneder, Botomé, Buchabqui, Buaia, Burgel, Cafruni, Chamun,
Chemale, Chiká, Craidi, Feres, Helou, Iunes, Kalil, Maluf, Merode, Moussalle,
Saliba, Sarquis, Satt, Satte, Seadi, Selaimen, Sfair, Simão, Tauil e Temes. Esses
foram os primeiros a chegar aqui em Porto Alegre.
É
claro que eles se adaptaram perfeitamente bem, como os libaneses sempre se
adaptaram em todos os lugares que chegavam. Eles chegavam ao Brasil, e, antes
de mais nada, aprendiam a fumar cigarro de palha e a tomar chimarrão; depois
eles aprendiam a falar português. Ensinavam os seus filhos a amarem o País como
se fossem eles aqui nascidos; em primeiro lugar sempre colocavam o país onde
viviam. E quanto a esses libaneses que estavam na área central, na Rua Andrade
Neves - a pequena Andrade Neves -, e que tinham comércio, de repente a expansão
fez com que eles se dirigissem para outros bairros da Cidade, e um dos mais
visados foi o bairro São João, que há algum tempo foi chamado, nesta Capital,
como bairro Cidade. E esta lembrança da pátria, esse amor à pátria, fez com
que, em 1º de setembro de 1936, portanto há exatamente 25.578 dias,
fundassem, aqui em Porto Alegre, a Sociedade Libanesa.
A
Sociedade Libanesa tinha o objetivo de acolher, evidentemente, os filhos de
libaneses; mas, como eu disse, o libanês é o que melhor se adapta a qualquer
circunstância, e a Sociedade Libanesa, eu poderia dizer, tem libaneses, tem
todas as nacionalidades lá presentes. Pessoas, que não são libanesas, já
presidiram o nosso querido Clube, porque o libanês é um cidadão realmente
internacional.
Esta
data de 1º de setembro foi significativa, porque, no dia 1º de setembro de
1920, o Líbano deixava de ser dependente do Império Otamano, da Turquia. E essa
dependência que o Líbano teve até 1920 foi a razão para que nós, libaneses e
filhos de libaneses, e sírios também - como o nosso Presidente, Luiz Braz, que
tem ascendência síria -, fôssemos chamados de turcos, porque todos chegavam
aqui com passaporte turco, e não com passaporte libanês. Hoje, é claro, o
Líbano é um Estado independente, apesar dos problemas que tem enfrentado, mas
faz com que tenham orgulho os seus filhos, em todas as partes do mundo, da
pátria-mãe. Mas, como eu disse, no dia 1º de setembro se formava a Sociedade, e
o jornal Folha da Tarde, do dia seguinte, escrevia o seguinte texto (Lê.): “Por
nobre iniciativa de um grupo de libaneses residentes no 4º Distrito desta
Capital, foi fundada ontem, com finalidades beneficentes e recreativas, a
Sociedade Libanesa de Porto Alegre”. Foi assim que nasceu, em 1º de setembro de
1936 - há 70 anos -, uma entidade que até hoje se mantém ativa. A data não foi
escolhia ao acaso, ela homenageava o 16º aniversário da proclamação do Estado
do Grande Líbano. A comissão eleita para elaborar o Estatuto da Entidade
incluía Nemtala Chemale, Kersrouan Seadi, Oscar Allem, Alberto André - de
saudosa memória, foi Presidente desta Casa - e Olmiro Chiká. O primeiro
Presidente da entidade foi Haguel Botomé, e a primeira sede da Libanesa foi
aberta quatro meses depois, em 2 de janeiro de 1937, na Rua Ipiranga nº 313,
que hoje se chama Rua Dona Leopoldina. Em 1954, a antiga sede deu lugar a um
prédio moderno e mais adequado às necessidades do quadro social. Esse prédio moderno,
mais adaptado às necessidades do quadro social, em breve ficaria muito pequeno
e faria com que a Sociedade Libanesa se movimentasse, adquirindo uma outra área
com dois hectares e meio e fizesse a grande sede que ela hoje tem e orgulha a
todos nós, não só libaneses ou descendentes de libaneses, mas os
porto-alegrenses, pela estrutura que aquele clube tem, que continua crescendo
sempre, tem um seleto quadro de associados, e faz com que quem lá chegue fique
realmente satisfeito. Aquela Sociedade, aquele Clube recebeu figuras
extraordinárias como o Chefe da Igreja Maronita, e também o Presidente libanês,
que marcaram de forma muito gratificante as suas presenças. Governadores de
Estado também lá estiveram, Prefeitos desta Cidade estiveram lá também, mas o
mais importante é que todos aqueles que chegam à Sociedade Libanesa são muito
bem acolhidos.
E é por isso, Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, que eu propus este momento para dizer que a
Câmara Municipal está solidária com a Sociedade Libanesa, e eu peço que o
Presidente faça a entrega de um Diploma, nesse sentido, para que fique
registrado no tempo os 70 anos da Sociedade Libanesa. Saúde e PAZ! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. João Dib,
nós temos aqui o Diploma. Eu vou pedir para que o Presidente da Sociedade
Libanesa possa vir até aqui, para receber das mãos do Ver. João Dib este
Diploma.
(Procede-se à entrega do Diploma.) (Palmas.)
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, V. Exª
me perdoe por quebrar o protocolo, mas eu não posso, de jeito nenhum, até
porque eu cheguei neste horário, deixar de me dirigir a essa Entidade tão
importante da nossa sociedade para dizer do respeito profundo que eu tenho por
todos vocês. Muito obrigada. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Verª Maristela Maffei.
O
Sr. Cláudio Satte, Presidente da Sociedade Libanesa de Porto Alegre, está com a
palavra.
O
SR. CLÁUDIO SATTE: Eu
queria agradecer, em nome da Sociedade Libanesa, a iniciativa do Ver. João Dib,
que é um antigo colaborador da Sociedade. E esta homenagem aos 70 anos da
Libanesa nos dá muita satisfação, porque, como o Ver. João Dib falou, o povo
libanês de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do Brasil é um povo que se
entrosa com todas as comunidades com quem convive.
Hoje
nós temos, em Porto Alegre, vários logradouros referentes à Sociedade Libanesa:
nomes de praças, de avenidas e de ruas que fazem menção ao crescimento da
Sociedade Libanesa junto com a cidade de Porto Alegre.
Temos,
hoje, um quadro social de pouco mais de 400 sócios, mas a acolhida que temos do
povo porto-alegrense é muito grande. Neste aniversário, nós estamos resgatando
a história da Sociedade contada em um livro, contando toda a história, desde a
fundação da Sociedade até os dias atuais. E esta homenagem vai ser inserida,
porque o livro deve ser lançado no próximo mês.
Agradecemos
pela homenagem e colocamos a Libanesa à disposição de todos os senhores.
Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Sr.
Cláudio Satte, Presidente da Sociedade Libanesa, obrigado por ter vindo aqui e
pelo trabalho que desempenha à frente da Sociedade Libanesa. Agradecemos também
ao Sr. Salim Sessim Paulo e ao Sr. José Carlos , que nos dão a honra de suas
presenças na Mesa.
Antes
de suspendermos os trabalhos para as despedidas, eu solicito que venham até a
Mesa os representantes da SOS Amigos Bichos; Gatos e Amigos; a Emília, da
UFRGS; do projeto Pró-Animal; da Udeva, União de Defesa da Vida Animal; e
outras entidades, para entregar um documento à Mesa.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h36min.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz - 14h39min): Estão
reabertos os trabalhos. Ainda dentro do Grande Expediente, faremos uma
homenagem ao Sport Club Internacional pela conquista da Copa Libertadores da
América, a requerimento dos Vereadores Ervino Besson e Ibsen Pinheiro. Vamos
convidar para compor a Mesa o Sr. Fernando Carvalho, Presidente do Sport Club
Internacional; o Sr. Márcio Bins Ely, Secretário Municipal de Esportes,
Recreação e Lazer, neste ato representando S. Exª o Prefeito de Porto Alegre.
Como extensão de Mesa, estão presentes o Sr. Mário Sérgio Martins, 2º
Vice-Presidente do Sport Club Internacional; os Srs. Vice-Presidentes,
Diretores, Conselheiros e Dirigentes do Sport Club Internacional; o Sr. Abel
Braga, treinador do Sport Club Internacional; o jogador Fernandão, capitão da
conquista da Copa Libertadores; os jogadores Marco Antônio - Índio, Marcos
Venâncio - Ceará, Clemer Melo da Silva, Marcelo Boeck e Pedro Iarley Lima
Dantas.
É uma honra para esta Casa receber aqui o Sport
Club Internacional. Graças ao Requerimento apresentado pelos Vereadores Ibsen
Pinheiro e Ervino Besson, prestamos esta homenagem que esta Casa já estava
devendo, porque, afinal de contas, essa conquista para o Estado do Rio Grande
do Sul, para todos nós, independente de sermos gremistas ou colorados, foi
extremamente importante, pois marca exatamente a qualidade do nosso futebol. Eu
quero cumprimentar todos os senhores colorados, que vieram a esta Casa. Eu me
sinto, como cidadão, mesmo gremista, muito orgulhoso pela conquista que foi
feita pelo Sport Club Internacional. Parabéns, Presidente, pelo seu trabalho;
parabéns pela sua Diretoria, pelo seu Conselho, por tudo aquilo que vocês estão
fazendo em nome do esporte do Rio Grande do Sul e do Brasil.
O Ver. Ibsen Pinheiro e o Ver. Ervino Besson
dividem o tempo cedido pelo Ver. João Bosco Vaz, em Grande Expediente, usando
cinco minutos cada um.
O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; eu vou pedir a V. Exª que, a certa altura do meu
pronunciamento, eu possa levantar uma plaquinha com um tempo de prorrogação. Só
para referir os convidados que nos honram, Sr. Presidente, provavelmente cinco
minutos se esgotariam e eu não teria dado a escalação do time de craques que
está aqui. Nem para falar do trabalho de Abel Braga e dos seus comandados, e aí
eu não teria chegado ainda ao trabalho do Presidente. Por isso, me permitam uma
saudação sintética, e vou começar pelo Presidente Fernando Carvalho; pelo
representante do Prefeito, Ver. Márcio Bins Ely; pelo Vice-Presidente Mário
Sérgio Martins; pelo Vice-Presidente Arthur Dallegrave, presentes neste
plenário. Ali está o nosso Vice-Presidente. Quero registrar um agradecimento
muito especial ao Ver. João Bosco Vaz, que era o inscrito neste espaço e o
cedeu também em homenagem ao Internacional, e o fez de coração leve, sabemos
disso.
Quero registrar, também, que divido com o Ver.
Ervino Besson esta iniciativa, mas não divido meio a meio. Ele tem a maior
parte, porque foi ele quem teve a idéia, a iniciativa, e me convidou para
parceiro, ao que acedi com muito gosto. Registro que os atletas que aqui se
encontram devem ser, antes de todos aqueles para os quais nós nos voltamos, e
incluímos, se nos permite, o seu Comandante entre os atletas... O Abel Braga é
colega dos seus liderados e líder dos profissionais que comanda. Por isso, uma
saudação calorosa ao Abel Braga; ao jogador Fernandão,
capitão da equipe; aos atletas: Marco Antônio, o Índio; Marcos Venâncio, o
Ceará; Clemer; o goleiro campeão da América, Marcelo Boeck, esse jovem e
vitorioso goleiro; e Iarley, esse atacante múltiplo, que tem a confiança dos
colorados.
Permito-me ainda, Sr.
Presidente, registrar que aqui se encontra o comandante direto dessa conquista:
o Vice-Presidente Vitório Piffero; o Vice-Presidente de Administração, Giovanni
Luigi; o ex-Presidente do Conselho Deliberativo, Desembargador Carvalho Leite;
o profissional Paulo Paixão, no nível do comando do grupo de atletas que divide
com Abel Braga o trabalho de liderança.
Permito-me registrar que
falo também em nome dos Vereadores da minha Bancada, que é composta por
colorados e por torcedores de outros clubes: o Ver. Bernardino, com aquele
lenço maragato, torce pelo Iraí, e o Ver. Haroldo de Souza que tem clube, sim,
só que não tem um só. Ele tem os clubes do futebol do Rio Grande que
impulsionam o seu trabalho, um trabalho de paixão pelo futebol. Eu não invejo o
Haroldo, porque deve manter, e mantém, a imparcialidade, mas invejo a
capacidade de revelar a paixão pelo futebol que ele pratica no seu trabalho
excepcional. Quero testemunhar aos meus Pares que Haroldo
de Souza teria uma eleição segura para Deputado Estadual e abdicou dela, porque
implicava entre optar por uma candidatura e o afastamento de sua atividade
profissional. Ele apostou bem lá atrás: lançou candidato a Deputado; sou
candidato a viajar a Tóquio! Já está garantido na viagem a Tóquio para narrar
uma grande batalha que lá se travará.
Eu deixei, Sr.
Presidente, para saudar por último o Presidente Fernando Carvalho. Minhas
origens no futebol são as dele, são as comuns a todos nós, a origem do
torcedor. Existe uma figura essencial no futebol que, no entanto, é alvo de
depreciação permanente, que é a figura do dirigente, como se alguma atividade humana pudesse
realizar-se sem comando e sem liderança.
Sr. Presidente, não custa lembrar que a
maioridade do futebol brasileiro se alcançou sob a liderança e o comando de
João Havelange, que modernizou a concepção administrativa na CBF. E o que custa
registrar isso? É claro que houve Pelé e houve Garrincha, mas alguém os juntou,
os comandou e os liderou. E esse papel de Fernando Carvalho tem antecedentes,
sim! Ele é o continuador daquele trabalho dos anos 70, que eu simbolizaria,
Fernando, com dois grandes Vice-Presidentes de futebol, para simbolizar todos
os que passaram por lá: Aldo Dias Rosa e Frederico Arnaldo Ballvé.
Como registrar os feitos do futebol
gaúcho sem lembrar de Fábio Koff? E o que custa, senhores torcedores - todos
somos -, registrar o trabalho atual do Presidente Paulo Odone?
Então,
é preciso que nós reconheçamos e proclamemos: nada se faz sem comando e sem
liderança! Conseqüentemente, também não se faz futebol.
A Libertadores da América nada tem de acidental,
apesar de todas as dificuldades encontradas pelo caminho! Ela é produto da
grandeza, não causa da grandeza! Ela não determina a grandeza do Internacional,
ela resulta da grandeza do Internacional! E, por resultar, é preciso que nós
olhemos para o passado recente e observemos que, nesses cinco anos, neste
quinto ano da gestão de Fernando Carvalho, envolvendo a possibilidade de
reeleição já havida, o Internacional afirmou-se, clubisticamente, como uma das
grandes instituições do País, da América e do mundo! É modelar na capacidade de
se ajustar às dificuldades do Futebol, especialmente quando uma lei, voltada
para os interesses do futebol europeu, estabeleceu uma tábula rasa nas
transações!
É interessante observar como os países
ricos defendem o livre comércio naquilo que são competitivos, e são altamente
protecionistas naquilo em que nós somos competitivos.
Mas
o Presidente Fernando Carvalho, de um modo pioneiro, construiu mecanismos de
proteção do seu Clube e a renovação de valores se fez de um modo harmônico, com
a preservação dos interesses econômicos do Clube. Também há a gestão
associativa, sendo hoje o Internacional, provavelmente, o clube com o maior
número de associados no País, a ponto de o quadro social, daqui a pouco,
ameaçar a própria capacidade do estádio, que, por isso mesmo, sofre
modernização e ampliação sob a liderança do Vice-Presidente de Patrimônio,
Pedro Affatato.
Então, Sr. Presidente, senhoras e senhores
convidados, Srs. Conselheiros do Sport Club Internacional que aqui se
encontram, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, por isso é mais do que justo,
nesta hora, registrar o trabalho diretivo conduzido pelo Presidente Fernando
Carvalho, para que tenhamos a convicção altamente didática de que bons times
não fazem grandes clubes.
Há,
na história, bons times que não passaram disso: bons times com efêmeros
momentos de brilhantura. Grandes clubes, no entanto, estão sempre presentes nas
competições. Veja-se, por exemplo, o Internacional neste ano: disputou
rigorosamente todas as competições em que esteve ou em que está inscrito, em
posições de ponta em todas elas. É claro que para o torcedor a diferença entre
o primeiro e o segundo lugar é um abismo, mas, para o analista, a presença no
topo é uma evidência de força clubística, como é evidência de força clubística
a presença do Internacional em seis finais de campeonato brasileiro, embora
três tenham sido as conquistas. Mas, quando se trata de registrar a grandeza de
uma instituição, ela tem de ser compreendida na sua inteireza. Por isso, o
registro que fiz, por inteira justiça ao trabalho da Direção do Sport Club
Internacional, simbolizada na figura do seu Presidente, reeleito tantas vezes
quantas permitiram o estatuto do Clube, com 86% dos votos do quadro associativo
- quase 90% -, é sinal do reconhecimento ao seu trabalho.
Nas
figuras do Presidente Fernando Carvalho, do treinador Abel, do capitão
Fernandão, penso que nós temos os três níveis do sucesso: a Direção do Clube, a
direção do grupo e a atuação em campo. O capitão, o treinador e o Presidente:
essa é a síntese da grande vitória que não estabelece limites para o futuro do
Internacional. Muito obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado, senhoras e
senhores. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Também
queremos citar a presença do preparador físico do Sport Club Internacional, Sr.
Paulo Paixão. (Palmas.)
O
Ver. Ervino Besson, autor também deste Requerimento que deu origem a esta
homenagem, está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do
Ver. João Bosco Vaz.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) Hoje é um dia extremamente importante para a
Câmara Municipal de Porto Alegre, pois temos esta oportunidade de homenagear o
Sport Club Internacional. Quero agradecer ao meu colega, Ver. João Bosco Vaz,
que cedeu o seu tempo, neste período, para que nós pudéssemos prestar esta
homenagem.
Quero
dizer que vários Vereadores assinaram este Requerimento, houve um problema de
comunicação, quero listar, por exemplo, o Ver. Sebenelo, a Verª Manuela, a Verª
Maristela Maffei, o Ver. Nereu D’Avila, e outros. Mas, no decorrer desta
Sessão, os Vereadores terão condições de prestar sua homenagem ao Sport Club
Internacional.
Para
falar do Internacional, meu caro Presidente, cinco minutos é pouco, mas vamos
lembrar, pelo menos, de alguns acontecimentos da história desse extraordinário
Clube. Em 1956, foi Campeão Pan-Americano, representando a Seleção Brasileira,
com o grande técnico Teté. O Internacional foi campeão, e a maioria dos
ex-jogadores, representando o Brasil, foram do Sport Club Internacional. Uma
história fantástica.
Em
1994, representando o Brasil nas Olimpíadas de Los Angeles, só não foi campeão,
porque nós não tínhamos, talvez, um treinador como o Abel; era um treinador de
longe daqui. Essa é a história do Sport Club Internacional. E nós, há pouco,
tivemos a disputa da Copa do Mundo. Será que se nós tivéssemos uma direção que tivesse,
pelo menos, um pouco mais de brasilidade, como nós temos na Direção do Inter,
seu treinador, sua equipe de jogadores... Acho que nós tínhamos futebol de
sobra para dar alegria para este nosso povo, que já é tão sofrido. Quem sabe
saia daqui, do exemplo desses homens, do Presidente e de sua equipe, o exemplo
de como se administra um time de futebol.
E
mais, meus queridos colorados, talvez em 2014, a Copa do Mundo seja aqui no
Brasil. E o Sport Club Internacional, pela sua grandeza, pela sua história, já
está preparando o seu estádio com toda a estrutura para sediar alguns jogos da
Copa do Mundo. Parabéns, Presidente, parabéns por essa extraordinária
Diretoria.
Eu
poderia aqui, hoje, dizer mil coisas, como outros Vereadores que falarão, mas o
tempo regimental assim não permite; o importante é o que se passa dentro da
alma e do coração de cada jogador.
Ontem,
assistindo àquele jogo, em alguns momentos, meu caro preparador Paixão, meu
caro técnico Abel, surgiram lágrimas nos meus olhos. A gente, que é colorado,
quando vê as lágrimas nos olhos, está vendo a emoção tomar conta, como
aconteceu ontem; a fibra de vocês, jogadores, Fernandão, grande líder, grande
comandante, meu amigo!
Meu
caro Presidente, de tantas notícias boas, de tantas frases boas que a gente
ouviu e viu pela imprensa escrita, falada e televisada, eu guardei uma delas e
vou lê-la aqui. O Tinga não está mais no Internacional; aquele extraordinário
negrinho, aquela pessoa querida, aquela pessoa fantástica, aquela pessoa da
Restinga, onde estivemos, e que o povo tratou com muito carinho, e ele sempre
com a sua humildade. Vejam só o que ele disse numa entrevista (Lê.): “O homem é
f... Sabe como as coisas funcionam. Estou saindo, já passei pela Europa e pelo
Japão, não preciso puxar o saco de ninguém: presidente como o seu Fernando eu
nunca vi!” Vejam: “não preciso puxar o saco de ninguém”. E quem viu essa
entrevista, viu as lágrimas nos olhos dele, nesse momento, e ficou tocado por
uma profunda emoção.
É
isso, meu caro Presidente, Ver. Luiz Braz, o que foi dito por um jovem jogador,
um jovem da Restinga, nosso Bairro da Zona Sul. Que profundidade tem essa frase
do Tinga, meu caro e querido Presidente, Fernando Carvalho!
Agora,
eu pediria licença para o meu Presidente, tenho certeza de que o Presidente não
vai negar, pois eu gostaria que pudéssemos prestar uma homenagem ao Sport Club
Internacional, uma homenagem do povo, que cala fundo na alma e no coração das
pessoas: peço que o Presidente permita que o Ver. Haroldo de Souza venha aqui e
narre um gol - por sua história, a melhor voz do Rio Grande - em homenagem a
essa querida diretoria, em homenagem aos extraordinários jogadores, a essa
grande família, que é a família do Sport Club Internacional; é possível, meu
Presidente?
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Quebrando
todos os protocolos, vamos lá! (Palmas.)
O
SR. ERVINO BESSON: Eu
sabia que a grandeza do Ver. Luiz Braz assim o permitiria. Muito obrigado,
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Obrigado,
Ver. Ervino; obrigado a todos, eu não sou nenhum inexperiente, e já tinha, mais
ou menos, me preparado. Assim como eu tinha me preparado quando homenageamos o
Grêmio, e eu projetei um gol do Grêmio para o Japão! Eu respeito muito o
Parlamento, mas como já aconteceu uma vez com a metade do Rio Grande, com o
Grêmio, não vejo nenhum mal em viver emocionalmente, de novo, este momento. Mas
prometo ser bastante rápido, porque este grupo que está aqui ao meu lado,
comandado pelo grande Abel Braga, precisa voltar o mais rapidamente possível
para a sua concentração. Eles precisam, antes, ganhar o Campeonato Brasileiro,
sim, e depois a Copa, aquele negócio que se disputa ali no mundial, em que o
Paulo Odone já esteve - por duas vezes, não é, Paulo? - e para onde o
Internacional vai pela primeira vez, e, com certeza, voltará com o título!
Então,
com licença a todos; eu gostaria que, se tivesse uma colaboração da torcida,
melhor, porque o velhinho aqui não está inteiro! Vamos lá!
(O Ver.
Haroldo de Souza procede à narração de um gol.) (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Maravilha! Imaginem, o Haroldo disse que não estava inteiro...Imaginem se
estivesse inteiro!
O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) Tenho 67 anos de idade. Há 67 anos eu esperava; há
97 anos um Clube espera - seu Conselho, sua Direção, sua torcida, os jogadores
- aquele vermelho e branco desfraldando na Av. Padre Cacique. Os quero-queros,
as pombas, os eucaliptos, todos esperavam impacientemente as mudanças. Teríamos
que mudar, Presidente Paulo Odone, porque eles tomavam o ônibus Glória, e nós,
o Tristeza. Teríamos que mudar, porque quanto mais sofredores, mais crescia o
mar vermelho, maremoto histórico, rugido fantástico de um Beira-Rio repleto. E
um dia, dia de brumas benfazejas, de fumaceira, dia de limpeza do céu, para que
o jogo pudesse sair, jogo que foi apenas um detalhe de somenos importância,
pois tínhamos certeza dos prenúncios, e prenúncios, presidentes, são causas de
dúvidas, mas esses prenúncios tinham a certeza no ar, a certeza da vitória.
Havíamos ganho a Libertadores não aqui, mas lá no Morumbi, num Morumbi
indescritível. Eu perguntava para meu filho por que ir a São Paulo, uma
trabalheira, sono, incertezas, péssimas acomodações; e o meu filho matou a
charada: “Pai, espero esta noite há 26 anos, desde o dia em que nasci”.
Terminado o jogo, consumado o nirvana, depois do segundo jogo, durante mais de
uma hora, a efusão, a alegria, os abraços. Choramos o choro de tantas dores, de
todas as perdas, de todos os sofrimentos transformados em êxtase, em felicidade
suprema de todas as delícias do gênero humano. Terminado o jogo, na saída do
Estádio, mais meia hora no carro, sozinho, chorando baixinho, um choro, com o
perdão do trocadilho, libertador. Então saí pelas ruas na madrugada chuvosa e
fria, em todas as direções, em todas as esquinas, esquinas coloradas, colorados
enlouquecidos; bandeiras, urros, urras, danças e a disseminação da felicidade
por todas as ruas, por todas as praças, por todos os poros. A mais visceral, a
mais espiritual de todas as sensações de euforia que já senti próxima ao
paroxismo múltiplo e revigorante da mais linda das vitórias.
Uma
semana depois, no bloco cirúrgico onde trabalho, um colega colorado me
pergunta: “O que achaste do último jogo com o São Paulo?” Uma semana depois,
como se o jogo terminasse há poucos segundos! Minha única e exclusiva resposta,
maníaca, repetitiva, monocórdia: “Perdão, mas eu ainda estou flutuando”.
É
isso aí, Presidente Fernando Carvalho, por muito tempo, ainda e sempre, estarei
como agora, flutuando de felicidade, a mais vermelha de todas as felicidades. E um post
scriptum ao Clemer, ao Abel, ao Fernandão, ao Iarley, ao Paixão, ao Ceará,
ao Índio, ao Marcelo.
Estou trocando o meu telefone com a característica
do Hino do Inter por uma outra característica, maravilhosa, de Caetano Veloso:
“Soy loco por ti, América”. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Exmo
Sr. Presidente (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes), à torcida do
Internacional, que certamente está aqui - tantos outros gostariam de estar e
não podem estar neste momento -, o meu respeito, o meu carinho, e toda uma vida
que faz parte do nosso cotidiano e que nós trazemos no peito como uma grande
paixão.
Apesar da gripe e de eu estar bastante afônica,
quebrando também um pouco, os acordos internos, não há como, neste momento, não
usar, Ver. Paulo Odone, a Liderança para vir aqui homenagear este Clube que a
gente tanto ama.
Eu quero dizer que a Bancada do PT me solicitou que
fizesse também a homenagem aqui em seu nome. Eu sei que a maioria é de
gremistas, mas eles têm muito respeito pelo Sport Club Internacional, e me
honra também o Ver. Oliboni, colorado.
Nas nossas vidas, no nosso cotidiano, quando nada
dá certo, quando alguma coisa acontece longe, lá no Iraque, em qualquer parte
do mundo, nós sabemos que é sangue que se derrama, seja em qualquer parte do
mundo. A gente chora, mas ainda tem uma coisa que nos dá glória e vontade de
viver, porque a nossa alma está impregnada com o amor pelo futebol.
Eu quero sempre lembrar do meu pai, que me pegava
pela mão, e nós atravessávamos o Alto Teresópolis e íamos a pé ao Beira-Rio
para lá poder ver os momentos bons e os momentos ruins, porque, para quem ama o
seu time, ele sempre é vitorioso. Foi assim que nós esperamos muitos anos. E eu
estava lá!
Eu quero agradecer ao Presidente, mais uma vez, e ao Haroldo, porque eu ouvi da boca do
Haroldo, ao lado dele, aquele gol que ele narrou. As vitórias, aquela vitória
em especial, e todo um processo que ali culminava com uma grande alegria, com a
alegria de todos, e é uma pena, porque tenho a certeza de que todos os
jogadores gostariam de estar aqui, e eu lembro do Rentería, que nunca é tão
gaúcho e tão brasileiro como quando bota o seu gorrinho de Saci e sai pulando
apenas com uma perna, com a nossa alegria, a alegria dos colorados; ou ver o
Paulo Paixão, que, quando nós vaiávamos alguém, ele se voltava como um pai,
olhava para nós, torcedores - o que é isso, puxa? Dá uma oportunidade para o
cara! -, e como paizão que ele é, ele assumiu todos os filhos, como o filho
mais querido que um dia partiu, e que, com certeza, está aqui neste momento.
Então,
as minhas homenagens ao homem sério, maduro e querido por todos nós, pelo teu
profissionalismo, mas, acima de tudo, pelo homem humanitário que é e que soube,
no pior momento da sua vida, superar as piores fases e ser um profissional,
ali, junto com esse Time que agora é Campeão Latino-Americano.
Eu
quero dizer que aquele homem duro, com aquela face séria de gringo, mostra o
grande coração que tem, quando chega com uma palavra forte, dura, mas que é
para empurrar aquele Time, e para que todos os jogadores, todos os atletas,
sejam respeitados pela sua torcida e pela grande Nação Colorada. Este é o Abel,
que, com aquele jeito dele, que hoje a gente conhece, com aquela ternura no
olhar. E bem tem razão o Paulo Sant’Ana, Clemer, é bem verdade que, na nossa
juventude da meia-idade em que nós estamos, nós sabemos fazer muito bem aquilo
que a gente faz. É isso aí, é um grande guri, um guri completo, que agarra toda
a vez que é necessário, e vai chegar, sim, não apenas como Latino-Americano,
Ver. Besson, mas como campeão do mundo, porque esse homem tem a capacidade,
junto com um time como o nosso, apesar de o Sóbis ter ido embora, deixando grandes
alegrias para nós, porém ficaram estes que aqui estão; estes que agarram com
carinho. Eu conheço a origem de quem já passou pela coréia e sabe o que é a
paixão; é capaz de deixar de tomar um leite e comer um pão para ter o dinheiro
para torcer pelo timão. E é assim que a gente vê o nosso Internacional; é assim
que a gente vibra, porque eu aprendi a tremular uma bandeira depois, muito
depois. Foi na paixão do Colorado que eu aprendi, depois, a chacoalhar as
bandeiras do time da emoção, da minha ideologia partidária.
Então,
Mário Sérgio, digo com alegria que este não é qualquer momento, não é qualquer
quebra de protocolo; é a emoção de ver o coração continuar, quando se perde
algo, de se agarrar na emoção de um time como é o Internacional, extensão da
nossa família, e é por isso que eu me sinto profundamente feliz. Seja qual for
o resultado, vou continuar colorada. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): É claro que hoje nós quebramos várias
vezes o protocolo.
O
Ver. Paulo Odone está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Presidente
Fernando Carvalho, eu não tenho o protocolo para saber quem saudar aqui nesta
homenagem, mas acho que não preciso; acho que encontro a quem eu devo me
dirigir.
Se
me permitem, eu quero dizer que só se ganha um título dessa grandeza quando se
tem um grupo de profissionais que, acima de profissionais, são verdadeiros
cidadãos que honram e se apaixonam pela camiseta que defendem; e nós estamos na
frente de um grupo desses. Parabéns aos atletas, parabéns ao treinador Abel,
parabéns ao professor Paixão. Permitam-me exemplificar, porque ele é um
ganhador; já ajudou e honrou o meu Grêmio como hoje ajuda e honra o
Internacional. Esta é a conduta de um grupo vencedor: quando ele é solidário,
fecha, e sabe que a camisa que ele veste, enquanto a vestir, é a camisa também
do seu coração, do seu suor, da sua alma.
Parabéns,
Presidente. Atrás de um grupo desses, é preciso ter uma Direção que tenha
convicção. Ninguém ganha título por acaso. A jornada do Internacional, lá,
contra o São Paulo, que atemorizou o São Paulo na sua própria casa, não é um
acaso; a jornada aqui não é um acaso nem um milagre. Eu, há dois anos,
acompanho o trabalho e a perseguição do Internacional por esse título; há dois
anos, eu vejo o seu condutor maior, o seu Líder, que é o Presidente Fernando
Carvalho. Eu, publicamente - e não é de hoje que digo isto -, acredito que o
Internacional vai acabar chegando lá, porque ele se planejou para isso,
projeta-se para isso, constrói isso no dia-a-dia. E o nosso querido Mário
Sérgio, Vice-Presidente, com quem às vezes compartilho as viagens para São
Paulo, com o Clube dos 13, sabe disso, porque várias vezes conversamos sobre
isto: o Internacional, nessa rota, chega lá; e não é acaso, por isso eu quero
dizer que a vitória começa também, acima de tudo, pela meta, pela convicção.
Com garra, com convicção, com vontade, com planejamento, Presidente Fernando Carvalho,
chega-se lá aonde o senhor chegou. O seu time e a sua torcida têm que lhe
agradecer muito, mas o futebol tem que reconhecer essa postura.
Mário
Sérgio é um exemplo de dirigente; nós sabemos separar a nossa paixão até onde
essa coisa maravilhosa do futebol nos leva, nos faz amigos, com convicções
político-partidárias diferentes, com profissões diferentes, e nos faz receber e
tocar flauta, mas nos faz sermos gente, sermos homens que riem e choram com
espontaneidade, e o Mário Sérgio é um desses.
Saúdo o Ely, nosso
Secretário, porque também é um colorado doente, vizinho da minha mãe.
Quero dizer, Ver. Ibsen, que eu não posso roubar o
seu talento, e lembro quando o meu Clube fez 100 anos, e o seu Internacional
vai chegar lá daqui a pouco.
Uma
das coisas mais bonitas e mais talentosas que vi foi a homenagem do Inter ao
Grêmio, que sei tinha a sua inspiração. Eu não tenho essa mesma virtude;
gostaria de tê-la para dizer tudo aquilo que você expressava lá. Somos, Grêmio
e Internacional, irmãos siameses, não é, Professor Garcia? O Garcia adora
esperar um mau resultado do Grêmio e um bom do Inter para me tocar uma saudável
flauta, não tem sido muito, mas, quando ocorre a oportunidade, ele o faz
fartamente.
Vejo
lá, e quero saudar, um dirigente antigo do Internacional, o nosso companheiro
Dallegrave, a quem presto as nossas homenagens. Saudando o Dallegrave, eu quero
homenagear a todos os outros dirigentes do Internacional: o Dr. Carvalho Leite;
o Vice-Presidente de Futebol, o Piffero, o Vice-Presidente de Administração,
Luigi, e desculpem-me os outros
por eu não os estar identificando, porque não tenho o protocolo. E quero saudar
o torcedor do Internacional, que é o que mais merece, porque ele é perene; a
base dos nossos clubes é o nosso torcedor. Saúdo os torcedores que estão aqui
presentes.
Presidente,
não se pode fazer isso todos os dias; a flauta campeia entre as torcidas, e
isso é maravilhoso; faz parte do futebol, mas faz parte da grandeza do futebol
o reconhecimento àqueles que conseguem atingir as suas grandes metas. E graças
a Deus, nós temos no Rio Grande do Sul duas grandes nações esportivas que se
completam.
O
meu Grêmio, é verdade, já esteve duas vezes - e eu pude estar presente nas duas
- na conquista da Libertadores -, e em Tóquio. Às vezes, quando eu levo uma
flautinha na rua, eu digo: mas eu posso dar o endereço, se quiserem.
Presidente
Fernando Carvalho, não vou poder colaborar tanto com esse roteiro, mas o senhor
há de saber, com esse grupo aí, construir essa caminhada, e que não se atravessa
pelo meu Grêmio. Outras vezes, vamos nos digladiar. Enquanto isso, faça a sua
parte, porque algo o senhor já ganhou: além da alegria e da paixão dessa nação
colorada, ganhou respeito, como
dirigente, de todo o Rio Grande esportivo, inclusive do meu Grêmio.
Parabéns;
parabéns mesmo. Vocês merecem. A nação colorada mereceu como nunca; foi valente
lá fora, foi firme em casa, honrou o futebol do Rio Grande do Sul. Meus
parabéns de novo.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Maravilhoso
grupo, aqui comandado pelo Abel, pelo Paixão - meu amigo, meu ex-colega. Quero
parabenizar os atletas, o Índio, meu ex-atleta, e este grupo maravilhoso que o
Internacional traz a esta Casa. Esta Casa que é pródiga de grandes
acontecimentos, de grandes homenagens, Ver. Bosco, Ver. Haroldo, está bem
representada no esporte; pessoas que, de uma forma ou de outra, elevam a nossa
tradição do Rio Grande.
Mas
eu não sei o que sobrou para eu falar. Vou tentar ser aqui, Haroldo, um pouco
de comentarista, função que exerci até o dia 30 de junho, e, por força da Lei
Eleitoral, tive que me afastar; não tive o privilégio de chegar até lá para ver
essa grande façanha do Internacional. Mas o Presidente Fernando Carvalho sabe
que eu tenho um filho que é fanático pelo Internacional e acompanhou esse jogo
na Inglaterra, num pub, com mais de
50 colorados, e tenho certeza de que, se ele soubesse que eu estaria aqui neste
momento, ele mandaria um abraço para o senhor, porque ele gosta muito do senhor
e ama o Internacional. E por quê? Porque desde a época em que treinei o
Internacional, em 1998, ele se apaixonou pela grandeza, pelo torcedor colorado,
pela força da torcida colorada, e, como democracia é assim, lá em casa os dois
são colorados - ele e ela -, e eu sou um treinador, um comentarista, um
Vereador; portanto, nós não devemos ser nada. Mas tem de ser democrático,
deixar as pessoas escolherem.
Mas
eu tenho o privilégio, e poucos têm este privilégio - vejo aqui o Silvio
Silveira, com a maior satisfação - de ter conseguido treinar os dois clubes;
poucos conseguem isso. Então, fico, dentro de mim, um pouco dividido, até
porque quem é profissional sabe como é difícil torcer. O torcedor torce; nós
comentamos, administramos, falamos, mas o torcedor é quem tem de torcer, e esse
torcedor colorado está de parabéns.
Usando
esse aspecto mais técnico, prático, quero dizer ao Abel que, muitas vezes,
nessa campanha dura, difícil, o próprio Abel andou mudando do esquema
três-cinco-dois para o quatro-quatro-dois. Mas o que interessa, Abel, não é a
mudança, mas é a conquista, porque o equilíbrio existiu.
Dos jogadores aqui, muitos foram
titulares, em alguns momentos, e, em outros momentos, foram reservas, e isto
mostra que o grupo ganhou; o grupo comandado pelo Presidente, comandado pelo
Abel, pelo Paixão, pelos médicos que tiveram a capacidade de colocar um grupo
desses em duas ou três competições - Abel, e Paixão, parabéns – de um nível
desses. E lembro até que o Abel se desgastava dando entrevista, dizendo: “Não,
mas eu tenho de poupar esse, botar aquele na outra competição...”, equilibrando
a equipe. E como é difícil! O Índio, aqui, é um exemplo disso. Passou quanto
tempo sem jogar? E voltou. O próprio Iarley, quanto tempo ficou sem jogar? E o
Fernandão, que teve altos e baixos? Chegou aqui e foi extraordinariamente bem
no esquema três-cinco-dois, depois caiu no quatro-quatro-dois e cresceu na hora
importante do Internacional, usando a sua atribuição de líder, de capitão, de
aglutinador. Isto é muito importante e mostra a coesão de vocês para adquirir
este título.
Passaram
por tempestades, sim, porque não é fácil administrar várias competições, mas o
importante é que chegaram com hombridade.
E aqui
no Rio Grande do Sul os mais velhos dizem que o Grêmio é mais raça e o Inter é
mais técnica. E não foi isto que nós vimos, Silveira. Nós vimos um Inter combativo
que jamais nós tínhamos visto dentro do campo, determinado, se transformando
para ganhar uma competição na raça, na força contra uma equipe que era
favorita. Por que não? Temos que dizer. O São Paulo é um clube de grandes
títulos; é Campeão do Mundo. O Inter foi lá no Morumbi com raça, com
determinação, com comprometimento com a causa, Presidente - isto é muito
importante. Tem que ter comprometimento, e o Inter teve comprometimento desde a
sua escala maior, desde o seu Presidente até o roupeiro do Internacional, como
todos os que circundam aquele estádio, uns até puxando a sua santinha,
colocando atrás do gol, outros lutando por essa ou aquela religião para buscar
esse objetivo.
Então,
isto é a força de uma camisa, é a força de uma raça, é a força do Rio Grande! E
como nós ficamos contentes quando os dois começam a ganhar! E olha o campeonato
brasileiro, os dois brigando ali! Algumas vezes, Presidente Odone, um está em
cima e o outro está um pouquinho abaixo, mas, em seguida, o outro vem e passa.
Olhem como é bom! Eu não gosto da gangorra, eu gosto do Rio Grande forte,
poderoso, altaneiro, assim como o Internacional foi e conquistou a América; e
tomara que conquiste o mundo para que nós tenhamos aqui dois campeões do mundo,
porque, quando a gente viaja para fora deste Estado, vocês sabem muito bem - e
eu já fui dirigente e treinador em vários Estados - que eles têm um pouquinho
de inveja de nós. Porque nós gostamos de carregar, de erguer o caneco.
Um
abraço a todos! E esta Casa está satisfeita de ver mais um Campeão da América
rumo a ser Campeão do Mundo. Um abraço Presidente, saudação e felicidades.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. NEREU D'AVILA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) Senhores jogadores, técnico do Inter, Srs.
Conselheiros, homens que ajudaram a construir a grandeza desse Clube; torcida,
torcedores que nos honram
com a sua presença nesta tarde memorável nesta Câmara. Ouvi com atenção todos
os que se manifestaram, e o meu Partido, o PDT, através do Ver. Ervino Besson,
que foi um dos requerentes com o Ver. Ibsen, desta homenagem, já disse tudo
aquilo que nós todos, colorados, queríamos dizer, extravasando o coração, sobre
esta grande conquista e este grande título da Libertadores da América.
Pedi
à Mesa, hoje brilhantemente presidida pelo 1º Vice-Presidente, Ver. Luiz Braz,
que oportunizasse a mim, também, aproveitando esta homenagem, conceder este
título que foi votado em 26 de abril deste ano, e, por unanimidade aprovado por
esta Casa: o Título Honorífico de Desportista Destaque ao Sr. Fernando Chagas
Carvalho Neto. (Palmas.)
Presidente
Fernando, pedindo licença aos homens, aos nossos atletas que aos domingos
costumo aplaudir no Beira-Rio, ao Abel, a todos que já foram saudados, senhoras
e senhores, para homenagear o timoneiro, o comandante de toda esta jornada. Em
primeiro lugar, Fernando, quero, respeitosamente, lembrar a figura do seu pai,
Marcelo Carvalho, homem fiel e amigo do Leonel Brizola durante toda a sua vida.
Quantas vezes eu vi o Dr. Marcelo receber elogios!? Sei que a sua saúde está
precária, mas leve a ele, o que o Brizola faria, a saudação e o abraço da família pedetista àquele grande homem,
Marcelo Carvalho. (Palmas.)
Segundo:
outro dia, lendo uma reportagem, me deparei com Wianey Carlet, um dos nossos
brilhantes cronistas esportivos, referindo-se a uma visita que fez ao Beira-Rio
quando se encantou com aquilo que muitos que estão aqui, inclusive nós que
vamos às cadeiras, que vamos às arquibancadas, não freqüentamos interna
corporis, que é o funcionamento administrativo e orgânico espetacular do
Internacional. E o Wianey destacava para todos nós, os gaúchos, e para o
Brasil, exatamente o que colhemos hoje, porque nada cai do céu, nem na nossa
vida particular nem nas nossas vidas públicas; nada cai do céu, tudo é buscado,
tudo é trabalhado, tudo é com sacrifício. E, portanto, destacou-se ali o que nós
já sabíamos, por ter ouvido que, de há quatro, cinco anos passados para cá,
mudou-se a estratégia, mudou-se o trabalho, criou-se um ambiente não só
confortável para os espectadores que freqüentam o Beira-Rio, não, mudou-se uma
mentalidade de administrar, mudou-se uma mentalidade de dirigir, mudou-se para
uma competente e lúcida administração liderada por Fernando Carvalho.
Portanto,
o título não caiu do céu, de graça; não, o título veio junto com o crescimento
interno, procedências administrativas, disciplina, sem veleidades, sem
autoritarismo, sem prepotência, mas, evidentemente, com disciplina, porque num
conjunto há que ter-se as medidas exatas até onde se pode ir ou não. Portanto,
de cinco anos para cá, realmente, o Inter cresceu por dentro, e, agora, veio o
resultado por fora, apenas como conseqüência; as causas estão na maneira de
dirigir.
E
nós sabemos - o Ibsen, mesmo, foi do tempo do Dr. Aldo Dias Rosa, de muitos
Presidentes da época - que uma luta advém de muitos anos, mas agora,
finalmente, parece que encontramos a veia certa, o caminho certo, seja por
coisas do destino, seja por coisas aleatórias. Mas vamos com calma, as coisas
normalmente podem ser ajudadas pela sorte, podem ser conseqüências de um
destino, mas elas são produto, também, de uma planilha de trabalho e de uma
percuciente e metódica competência, para, depois de planejar, buscar, através
de um trabalho, os resultados na conseqüência desse trabalho e dessa
planificação.
Por
isso, nós, Presidente Fernando Carvalho, ao propormos, em dezembro de 2005, o
Título de Desportista Destaque, já na época admirávamos esse trabalho. Não
sabíamos, quando apresentamos o Projeto para o Desportista Destaque a um líder
esportivo, que esta Câmara aprovou em 26 de abril deste ano, que o Inter seria
o campeão da América; claro que sonhávamos com isso - quem não sonhava com a
Libertadores da América? -, mas ainda não tínhamos esse galardão, que ontem
enfeitou, com uma estrela a mais, acima das outras, as nossas camisetas
vermelhas flamejantes, escarlates, em cima dos nossos peitos inflamados, a
conquista magnífica da Libertadores da América.
Eu
sei que a política desportiva, como a política-partidária, é cheia de
desencontros, de desavenças, de disputas. Mas há o momento em que temos que nos
render aos frutos de um trabalho. Isso é evidência, isso é claro como o sol!
Isso é absoluto; não é supérfluo, não é parcial! Por isso nos rendemos, sim, ao
trabalho de Fernando Carvalho e sua liderança. É claro, não é um líder
carismático que conviva e seja o supra-sumo de tudo, porque há atrás uma
equipe. O Pedro, por exemplo, que nós admiramos também nas questões de
aperfeiçoamento do Beira-Rio; o Piffero, e tantos outros que estão aqui e já
foram citados. Já que alguns foram citados, vou citar um que foi Vereador, Deputado
e foi um grande jogador, que, já naquela época, eu admirava e que está lá
humildemente, como sempre foi a sua conduta: Elton Fensterseifer. (Palmas.)
Então,
Presidente Fernando, não é uma conquista individual, porque as individualidades
e os egoísmos não vicejam mais na vida moderna. Todos nós trabalhamos em equipe
ou fenecemos, ou afundamos, ou fracassamos. Mas sem alguém que tenha a centelha
da liderança, que tenha o conteúdo de dar luzes aos que com ele convivem, sem
isso, sem o timoneiro, sem o orientador, sem o líder, nação
nenhuma prospera. E o senhor, Fernando Carvalho, soube fazer isso, e o fruto
veio. Hoje estamos orgulhosos do nosso Sport Club Internacional, sim, mas à
frente dele existe um homem lúcido, um homem que soube, ao longo dos mandatos,
dirigir com competência e levar, como timoneiro, ao porto tranqüilo hoje
festejado por nós.
Receba este Título, em nome da Câmara Municipal de
Porto Alegre -, porque não é um título deste Vereador, foi votado e aprovado
por unanimidade nesta Casa - é claro, já agora na condição de Campeão da
América, e esperamos que voltemos todos de Tóquio como campeões do mundo. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Nereu
D’Avila vai fazer a entrega do Título ao Presidente Fernando Carvalho.
(Procede-se à entrega do Título.)
(Ouve-se o Hino do Sport Club Internacional.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Estamos
recebendo vários pedidos dos fotógrafos para que os grandes ídolos da torcida
colorada possam ser fotografados para as nossas manchetes de amanhã, para
divulgação dos diversos órgãos de comunicação. Enquanto o Presidente Fernando
Carvalho faz uso da nossa tribuna, solicito aos grandes craques colorados e
àqueles que são os responsáveis pelas grandes conquistas, que fiquem aqui em
frente à mesa, para que os fotógrafos possam fotografar, e nós possamos ter a
imagem do Presidente na tribuna e mais os craques colorados aqui, fazendo com
que esta Casa possa fazer este final de homenagem apoteótico com todos aqueles
que vieram aqui para receber esta homenagem em nome do Internacional.
O SR. MARIO FRAGA: Presidente,
como gremista, também fazendo a nossa homenagem, eu queria que, já que
quebramos todas as regras hoje, fosse liberado aos nossos funcionários - em
homenagem ao funcionário Mário, que trabalha aqui conosco -, tirar fotos com os
seus ídolos.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Agora ainda
não, Vereador; só no final da homenagem, quando forem suspensos os trabalhos,
porque temos a fala do Presidente Fernando Carvalho. E logo após, nós vamos
liberar os funcionários para tirarem fotos.
O Presidente Fernando Carvalho - com prazer, a
tribuna é sua -, está com a palavra.
O SR. FERNANDO CARVALHO: Sr.
Presidente; representante do Prefeito Municipal; meus companheiros de Diretoria
Mário Sérgio; Srs. Vereadores, saudando o Ver. Ibsen Pinheiro, saúdo todos os
demais. Meus companheiros de Diretoria, quero saudar o Vitório Piffero, e
saudando o Vitório - que foi fundamental nessa conquista - saúdo todos os
demais companheiros aqui presentes; senhores conselheiros; torcedores; torcidas
organizadas, que vejo aqui, com muita satisfação; colorados e coloradas; saúdo
o Ver. Paulo Odone, Presidente do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, saudando o
presidente Paulo Odone, saúdo os gremistas que aqui estão, nós convivemos
tranqüila e pacificamente, com respeito mútuo, numa tentativa permanente de
superação um ao outro. E essa saudável convivência me faz, neste momento,
saudar todos os gremistas que aqui estão.
Senhoras e senhores, o dia de hoje, para nós
colorados, para mim pessoalmente, e tenho certeza de que para os profissionais
que aqui estão, para os dirigentes colorados, é um dia de muita emoção. E,
particularmente, quando ouvi o Ibsen, quando ouvi o Ver. Nereu, quando ouvi até
o Odone, quando ouvi a narração do Haroldo e quando ouvi as demais
manifestações, meus olhos chegaram a marejar. Eu ando tipo “manteiga derretida”
ultimamente, eu ando chorando em cada solenidade, em cada homenagem e a cada
momento. Pode ter certeza, Ibsen, de que as tuas palavras, as palavras do
Sebenelo, a narração do Haroldo, fizeram meus olhos marejarem novamente.
Certamente não vou ter condições de continuar por muito tempo, mas quero, acima
de tudo, agradecer e dizer a todos vocês que esta conquista, que é de todos
nós, está muito bem representada aqui, está representada por quem mais merece,
que são os jogadores; os profissionais que aqui estão. Eles foram fundamentais.
Eu lembro do trabalho que começou lá em 2002 - e temos um representante aqui
que é o Clemer -, de lá até aqui muita coisa passou, muita coisa correu, muita
dificuldade nós tivemos que superar até chegar ao Abel,
que é o último companheiro que se juntou a nós. Para sintetizar, apenas nessas
figuras que aqui estão, muita coisa aconteceu, muita coisa difícil, vocês não
imaginam, mas, felizmente, o grupo, o coletivo, que começou com eles, que
passou pela Diretoria, chegou na torcida, que passou pelo Conselho, conseguiu
essa vitória. Essa vitória não é isolada, essa vitória não é individual, essa
vitória não é de uma pessoa; é de todos nós, colorados! É dos profissionais
que, acima de tudo, representaram com amor esta grande entidade, este grande
Clube. O grande Clube existe, o grande Clube é o Internacional, mas teve
grandes profissionais. Estes profissionais que estão aqui, fizeram da camiseta
colorada a sua segunda pele.
Assim é que se ganha:
como família, como pessoas que se gostam, como pessoas que convivem, não só
profissionalmente, mas fraterna e socialmente!
Então, senhores colorados
que aqui estão, Srs. Vereadores, Sr. Presidente, eu estou muito orgulhoso,
muito satisfeito de receber esta homenagem, e tenho certeza de que os meus
companheiros jogadores, conselheiros, dirigentes, também estão, porque é muito
bom ganhar as Américas, é muito bom ganhar uma Libertadores, e só quem ganha
sabe. E nós estamos ainda comemorando, nós estamos ainda vivendo esse momento,
sem nos descuidar de outras coisas.
Queremos, Presidente
Paulo Odone, saber os endereços de lá; alguns endereços seus nós não queremos
saber; agora, aquele, lá de Tóquio, nós queremos saber! Quero depois tomar nota
de todos eles. (Palmas.)
Bem, agradeço pela
homenagem, agradeço pelas manifestações em nome dos meus companheiros, dos
atletas que aqui estão, e quero deixar aqui uma mensagem de que o
Internacional, que é o clube do povo, que está na Casa do Povo, no final do
ano, no Japão, mais uma vez vai representar condignamente esta população e a
cidade de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Imaginem que só aqui na
Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Ver. Ibsen Pinheiro, é que nós poderíamos
fazer uma homenagem dessa magnitude, porque aqui nós temos grandes
representantes do Internacional que são Vereadores; temos grandes representantes
do Grêmio, que é o caso do Presidente do Grêmio, Ver. Paulo Odone, que está
licenciado. Nós temos aqui um grande narrador, que é o Ver. Haroldo de Souza,
que nos brindou aqui, da tribuna, com a narração de um dos golos em favor do
Internacional. Então, esta Câmara de Vereadores é o único local do mundo, único local do Rio Grande do Sul,
que tem esta capacidade de fazer este tipo de homenagem. Aqui há grandes
lideranças dentro do esporte, e esta Casa ficou, realmente, muito orgulhosa em
poder receber todos os senhores que fazem parte do Internacional, porque
fizeram uma grande conquista para todos nós que pertencemos ao Rio Grande do
Sul!
Nós todos estamos orgulhosos porque o
Internacional é, também, Campeão da América! Assim como o Grêmio já o foi, duas
vezes, Campeão da América, agora, o Internacional é Campeão da América.
E podem ter certeza absoluta de que todo o Rio
Grande do Sul está torcendo para que os senhores possam conquistar o mundo! E,
se Deus quiser, isso vai acontecer, porque os senhores têm provado, a cada dia,
que além de serem grandes esportistas, além de serem grandes atletas, os
senhores são grandes cidadãos! E, por isso mesmo, temos orgulho que os senhores
pertençam, realmente, a esta cidade de Porto Alegre! Muito obrigado a todos.
(Palmas.)
Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h49min.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz - 16h05min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos
às
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver.
Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra em Comunicações.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Vereador-Presidente, Ver. Luiz
Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste pelo
Canal 16, nós tivemos, aqui, agora há pouco, uma grande homenagem ao Sport Club
Internacional, pelas suas conquistas, como o título de Campeão da América, e
nós sabemos que existem muitos jogadores que passam algumas dificuldades quando
dos treinamentos, quando no exercício da sua profissão.
Nós
tivemos aqui, há dois anos, um Projeto apresentado por este Vereador - e, por
isso, neste período de Comunicações, faço questão de falar sobre ele - que, eu
acredito, vai ajudar muito os profissionais do esporte. Recentemente foi
possível salvar um jogador do Cruzeiro, o Diogo, porque lá no estádio onde esse
jogador estava jogando, havia um desfibrilador semi-automático. E, por chegar a
tempo, foi possível salvar esse jogador, pois a aquisição de um desfibrilador
semi-automático nos campos de futebol acaba contribuindo de uma forma
significativa para aqueles jogadores que venham a ter um mal súbito.
Nós
tivemos, aqui, há dois anos, um Projeto, que não foi possível viabilizar, mas
esse Projeto de Lei, novamente reapresentado, está pronto para vir ao Plenário,
com a aprovação de várias Comissões. Esse Projeto institui os programas de
ressuscitação cardiopulmonar e de capacitação de pessoal em técnicas de
ressuscitação cardiopulmonar, cria uma Comissão Especial, e dá outras
providências. O que quero dizer com isso? Nós temos hoje na Cidade alguns
pontos que são de grande circulação de cidadãos e cidadãs, sejam eles nas
Emergências ou em outros lugares como, por exemplo, campos de futebol, shows
artísticos, espetáculos na Cidade, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, na
Semana Farroupilha, na Rodoviária, enfim, nós temos alguns pontos da Cidade de
grande circulação, e, em função de a vida hoje ser muito atribulada, muito
estressante, é de extrema importância que os órgãos públicos passem a se
preocupar em colocar, em determinados locais da Cidade, o desfibrilador
semi-automático. Com esse desfibrilador semi-automático, pode-se, na ocasião de
um mal súbito de um cidadão ou de uma cidadã, atender, em até 10 minutos, a
pessoa que não está passando bem e possibilitar que ela receba o choque
necessário, ou seja, o estímulo adequado para que aconteça a sua ressuscitação.
Eu diria que a Câmara de Vereadores, a Assembléia Legislativa e muitos outros
lugares deveriam ter esse aparelho, a exemplo do que ocorre em países
desenvolvidos.
Nós,
aqui em Porto Alegre, não temos esse equipamento em todos os lugares, até
porque isso ainda não é lei. Eu diria que esse aparelho não é necessário só em
campos de futebol, mas vejam, por exemplo, os dias de shows, as casas
noturnas com grandes espetáculos, enfim, nós temos “n” alternativas, ou muitos
lugares, para pensarmos na importância desse Projeto que vem ao encontro do
esporte. Então, nesse sentido, eu queria dizer que, nos próximos dias, esse
Projeto estará na Câmara de Vereadores, aqui no Plenário, para a sua avaliação.
Um
outro assunto que eu queria enfocar é com relação à Semana Farroupilha, que é
realizada no mês de setembro, aqui no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Nós percebemos
que são milhares de pessoas que ali transitam, são milhares de pessoas que ali
podem comprar uma lembrança de Porto Alegre, seja ela de artesanato, de artes
plásticas, de culinária, ou seja ela uma lembrança do Rio Grande do Sul. E nós
percebemos que esse espaço público, muitas vezes, está sendo terceirizado. Nós
aprovamos nesta Casa um pequeno Projeto, mas de grande importância social,
porque institui ali uma feira popular, e já se passaram dois anos da aprovação
desse Projeto e não foi instituída uma feira popular. E, muitas vezes, essa
pequena lembrança do Rio Grande do Sul se torna cara, porque é embutido, no
preço do produto, pelas empresas que terceirizam o local, o custo operacional
desse espaço, e isso acaba encarecendo o produto. Queria chamar o Governo à
sensibilidade no sentido de que, no próximo ano, nós possamos ter essa feira
popular, em que os cidadãos que vivem do artesanato, das artes plásticas e da
culinária possam ter mais um espaço disponível para a sua arte, e, por que não,
para poder dar sustento às suas famílias. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): (Lê.) “A
Frente Nacional de Vereadores pela Reforma Urbana, com colaboração do
Ministério das Cidades, promove em Porto Alegre, nos dias 13 e 14 de setembro
de 2006, uma oficina para preparação de Vereadores do Rio Grande do Sul às Leis
Municipais do Plano Diretor Participativo, conforme determina o Estatuto da
Cidade, Lei Federal nº 10.257/2001 - local: City Hotel, (51) 3212.5488, Rua
José Montaury, nº 20, Centro, próximo ao Mercado Público; telefone para contato
(51) 3220.4269”. Este é um convite que tem o endereço de e-mail do
Ver.Comassetto.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações. Nós já o havíamos chamado, mas, como estávamos reiniciando a
Sessão, é justo que concedamos ao Ver. Adeli Sell o seu tempo.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Braz, na
presidência dos trabalhos, colegas Vereadores e Vereadoras, um dos temas de que
eu mais tratei neste ano, nesta Casa, foi o problema da insegurança. Cada dia
em que eu abro as páginas dos jornais, eu verifico que não se roubam apenas
mais carros, carros que são deixados nas ruas, com o motorista distante, talvez
num lugar ermo, e são levados. Não, agora, Ver. João Dib, as pessoas são seqüestradas
na porta do Aeroporto - sim, na porta do Aeroporto! -, e os ladrões são tão
ousados que voltam àquele local minutos depois de roubarem o carro, com o carro
roubado, para fazer uma nova tentativa de assalto. Não fosse o Serviço de
Inteligência das forças policiais,
se não fosse um trabalho conjunto das polícias - Polícia Federal, Polícia
Civil, Brigada Militar -, uma quadrilha como essa, do Aeroporto, não teria sido
desmantelada, como foi, e duramente golpeada na semana passada.
Por
sinal, o crime organizado no Rio Grande do Sul, na semana passada, nos últimos
dias, teve dois grandes reveses, talvez três: a questão do narcotráfico na
serra gaúcha, em Caxias; a quadrilha do Aeroporto; e um dos principais braços
do PCC, que aqui faria um roubo cinematográfico. Provavelmente, esse episódio
ainda renderá um bom filme.
O
bom, eu diria, foi o resultado. Essa quadrilha foi pega: assaltantes de alta
periculosidade, pessoas do mal, pessoas que estão envolvidas para ganhar rios
de dinheiro, fortunas, que estavam preparando esse golpe milionário, como
fizeram em outras partes do País e como tentaram fazer, inclusive, no Paraguai.
Nós
precisamos de atitudes fortes diante dessa situação de insegurança por que
passa o Estado. Nós não temos, infelizmente, as autoridades na linha de frente.
Às vezes, acho que nem estão na retaguarda, porque, na véspera das eleições,
tratar de alguns temas espinhosos não é do feitio de um político tradicional;
mas eu não sou um político tradicional, eu quero ser, cada vez mais, um político
de um novo tipo que enfrenta as questões. Por isso, eu apresentei um Projeto de
Lei que enfrenta a questão do chamado ferro-velho, ou dos ferros-velhos,
desmanches de carros. O carro é roubado, as pessoas são assaltadas e algumas
até são mortas, Ver. Braz, e logo adiante o carro é desmanchado em dois toques,
e vendem-se as peças.
É
que, às vezes, as pessoas também são coniventes; roubo de rádio nos automóveis,
por exemplo. Eu tive a frente do meu rádio roubada, no domingo passado. Há
coisas milagrosas que acontecem: o carro com alarme, o alarme não dispara, eles
conseguem roubar sem disparar o alarme - a sofisticação é total e absoluta. O
que normalmente acontece? Compra-se a frente ou a parte de trás do rádio em
qualquer lugar! É o desovadouro das receptações. Roubaram-me a frente do meu
rádio, e eu vou ter que arrumar o dinheiro para comprar um rádio. Mas vou
comprar um rádio, porque não se compra as partes, porque as partes são fruto de
receptação.
É
esse tipo de questão que nós temos que enfrentar na nossa sociedade: o combate
ao crime organizado, porque o País tem condições, sim, de incluir socialmente o
seu povo excluído. O povo não exige grandes riquezas, grandes construções, ele
quer uma casa popular, quer escola e saúde, e quer, sem dúvida nenhuma, o
mínimo para se sustentar e, de preferência, um emprego minimamente digno que
sustente uma família. O resto faz parte, sim, do crime organizado, que esse,
sim, é cruel e esse nós vamos combater sempre. Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Alceu Brasinha.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Gostaria,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de continuar o mesmo tema do Ver. Adeli Sell,
quando ele fala sobre um povo que quer casa, que quer preencher as suas
necessidades primárias, e que o resto é crime-negócio. Então, a solução seria o
Governo dar essas coisas para todos.
Na
verdade, o camelô é gerado pelo desemprego, Ver. Luiz Braz - que nos dá a honra
de sua audiência. Na verdade, o motobói é um produto do desemprego. Todas essas
profissões novas e rearranjadas são a fórmula que a população encontrou - seja
nos brechós, seja nas calçadas, seja nos pequenos estabelecimentos - para fugir
do desemprego ou fugir de uma aposentadoria malvada de dois salários, de meio
salário, de um salário com que é impossível subsistir, então, vem a segunda
ocupação. Essa, muitas vezes, é a tábua de salvação para a fome, para o
desemprego, e, principalmente, para a doença. Porque não há coisa mais triste
que a miséria, e não há coisa mais feia que a pobreza. Esteticamente o pobre é
feio, esteticamente o pobre é excluído pela feiúra da sua situação, e isso foi
feito com os judeus na Alemanha, isso foi feito aqui nas marginais da Cidade
com os nossos pobres, todos por uma questão estética. E aí vem a estética da
violência, quando essa imensa depressão, que dá numa pessoa pela sua
frustração, não puder ser compensada por um trabalho, não puder ser compensada
por remédios, pelo jogo, ou pela compra, pelo consumismo, Verª Maria Celeste,
existe então a única compensação da depressão dos pobres, das pessoas que vivem
na favela, excluídas, nas marginais das cidades, que é a violência. E não
sabemos, então, por quê? E vamos buscar todas as causas possíveis de violência,
de marginalidade, de criminalidade, quando, na verdade, elas estão incrustadas
no sistema, no crime-negócio, nas superpopulações, na falta de espaço urbano e,
especialmente, na questão do desemprego.
Quando
se fala em desemprego, todo mundo diz que está tudo muito bem, que o País está
num mar de rosas, mas nós temos 300 mil pessoas desempregadas, hoje, na Grande
Porto Alegre e arredores; e dizem que está tudo muito bem! Este País precisava
crescer 4,5%, 5% este ano, vai crescer, no máximo, 2,5% ou 2%, e essa tragédia
vai multiplicar os desempregados em todas as áreas brasileiras. A delinqüência e a
disseminação do tóxico, o crime-negócio, é produto direto também do desemprego.
E as pessoas têm que trabalhar para quem lhe dá emprego: para o traficante,
para o traficante de armas, para o contrabandista, para todos aqueles que vivem
de grandes expedientes, de grandes manobras, de grandes falcatruas, de gente
que passa para trás as próprias estruturas do Governo.
Não temos outra alternativa de separar a
criminalidade do resto do País, mas quem sabe um dia, desprezadas as causas da
incompetência de um Estado, que é um dos obstáculos maiores para a normalidade
da Nação, nós teremos, indiscutivelmente, a
possibilidade de um País ser menos criminoso, menos danoso à sua população,
e que essas tragédias do dia-a-dia, do cotidiano das famílias de hoje, que são
invadidas pelo tóxico, pela toxicomania, pela desgraça, pela miséria da
delinqüência, sejam, talvez, uma história do passado, e que o futuro seja um
pouco menos sisudo, um pouco menos nebuloso do que esse que nós estamos
passando agora.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Sebenelo.
A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
quero prosseguir na linha de raciocínio do Ver. Sebenelo, quando ele fala das
tragédias do cotidiano. Lamentavelmente, no último período nós temos
vivenciado, na cidade de Porto Alegre, muitas tragédias, Ver. João Antonio Dib
- e não é do meu feitio trazer para a tribuna essas tragédias -, e não tenho
mais como calar e assistir a morte da infância na nossa Cidade, aliás, mortes que
vêm se repetindo, pelo descuido, pelo desgoverno do Executivo Municipal. Falo
isso porque, num período bem próximo, nós tivemos a morte de crianças aqui, na
vila do Chocolatão, produzidas por um delinqüente, a que a Delegacia da Criança e do Adolescente foi atrás,
conseguiu prendê-lo, é bem verdade, mas também fruto de um descaso da Fundação
de Assistência Social do Município, de trabalhar programas e projetos de
incentivo para aquela população da nossa Cidade.
E,
mais do que isto, agora nós vamos falar da morte de uma inocente, da Yasmin, lá
na Praça da Vila Elisabete, acontecida neste feriado, uma grande tragédia e um
grande absurdo, como fala a Verª Margarete; aqui para nós, é uma tragédia que
têm responsáveis, pelo descuido, pelo descaso com a coisa pública do Município
de Porto Alegre, uma tragédia que não pode passar em branco.
Nós
aqui tivemos, hoje, várias homenagens, gostaríamos também de poder fazer com
que esta Casa tivesse mais homenagens, mas nós temos a triste e dura realidade
da tragédia, da morte de mais uma criança no Município de Porto Alegre, por
descuido, por descaso de uma Secretaria que cobra Taxa de Iluminação Pública,
que foi aprovada neste Plenário, que deveria cumprir com a sua obrigação e com
a sua tarefa, e que, lamentavelmente, não a está fazendo.
Mais
do que isto, senhoras e senhores, mais do que isto: o representante do
Secretário esteve na comunidade, verificando o fato, escoltado pela Brigada
Militar - escoltado pela Brigada Militar! Qual é a relação que as Secretarias
do Município de Porto Alegre têm com as comunidades? Qual é a relação? Nós
tínhamos projetos nas praças da Cidade, de intervenção da comunidade, chamados
Conselhos de Praças, que cuidavam das praças, que ajudavam o Executivo a
cuidar. Nós sabemos, é difícil, a Cidade é grande, existem muitas praças. Onde
estão esses Conselhos de Praças que foram extintos, que ajudavam o Executivo na
manutenção das nossas praças, evitando, por vezes, acidentes sérios e graves
como este?
Mas
não é só em praças e nesta grande tragédia que nós vamos falar. Existe uma
outra tragédia acontecendo na cidade de Porto Alegre, e nós temos vindo a esta
tribuna, usando o espaço de Liderança, não apenas eu, mas os outros Vereadores
da nossa Bancada, denunciando o silêncio surdo que se faz em relação aos
moradores de rua. Conseguimos produzir nesta Casa, na Comissão de Direitos
Humanos, Sr. Presidente e Ver. Todeschini, uma Audiência Pública com um acordo
para que o Executivo monte uma comissão, sob a coordenação da FASC, para dar
conta das questões dos moradores de rua da cidade de Porto Alegre.
Para
nossa surpresa, hoje fomos avisados de que haveria uma reunião no Executivo
local sob a responsabilidade e a coordenação da SMAM, o que não foi acordado
conosco, porque tem como política a simples higienização, a retirada dos
moradores de rua da cidade de Porto Alegre.
Hoje
o jornal Correio do Povo mostra a situação de um morador de rua que foi
agredido, foi espancado e ficou doze horas jogado numa praça, apesar de os
moradores haverem comunicado à SAMU, que veio ao local, verificou que a pessoa
estava ali, não a levou para o atendimento e disse que era um problema social.
O
total desmando, o total desgoverno, a não-sintonia das Secretarias do Município
está levando à situação de caos na cidade de Porto Alegre, produzindo tragédias
sérias e graves como esta que aconteceu com esse morador de rua e com a menina
Yasmin nesse final de semana. Oxalá eu não precise mais vir a esta tribuna no
período de Liderança fazer essa denúncia, mas, pelo andar da carruagem, as
coisas estão acontecendo de uma forma muito ruim para a cidade de Porto Alegre,
e os responsáveis estão apenas preocupados com a sua própria segurança.
Obrigada, Sr. Presidente.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Obrigado, Verª Maria Celeste.
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em
Comunicações.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO:
Ver. Luiz Braz, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, antes de falarmos sobre o assunto para o qual nos preparamos,
queremos também, sob pena de, de repente, não darmos importância ao assunto,
principalmente sobre essa criança que foi morta pela queda de um poste. Nós
também, Verª Maria Celeste, ficamos tremendamente chocados quando vimos aquela
reportagem, e mais ainda agora quando V. Exª traz a notícia de que os
representantes do Executivo lá estiveram escoltados pela Brigada Militar.
Também
ficamos preocupados e temos falado muito sobre as crianças de rua, infelizmente
elas permanecem. E para não fazer um registro injusto, Verª Maria Celeste,
muitos desses inquilinos de rua são da época do seu Governo, temos que fazer
este registro. Agora, temos que fazer o registro de que nós não estamos vendo
mudança. Feito esse registro, queremos nos somar ao seu desabafo aqui nesta
tribuna.
Mas
vamos aproveitar o nosso tempo, Ver. Sebenelo, para falar também da Semana
Farroupilha, do Acampamento Farroupilha. Nós temos procurado defender a idéia
de que esse Acampamento deve passar a ter um prazo, um tempo de duração maior,
ou seja, de 30 dias, para se fazer justiça, não só àqueles que lá trabalham,
fazendo os seus acampamentos, mas também àqueles que procuram visitar o local.
Nos últimos três anos choveu, e muitas pessoas não conseguiram fazer a visita
normal que faziam em outros anos. Por isso é que nós defendemos a idéia de um
acampamento de 30 dias.
Mas
queremos também fazer o registro de que esse Acampamento Farroupilha não pode
virar um negócio, e nós já documentamos, lá no Acampamento, a venda de mesa de snooker,
mesa de bilhar, roupas de um modo geral, que não têm nada a ver com a nossa
cultura e com a nossa tradição; já registramos lá a venda de CDs que não são de
músicas nossas; já registramos outros atos, outras ações lá que não têm nada a
ver com a cultura tradicionalista do gaúcho, e sentimos que há uma preocupação
excessiva, Ver. João Antonio Dib, da venda dos locais, como se lá fosse um
grande negócio. Quero fazer uma denúncia de que se houver um acidente nem os
caminhões de bombeiro conseguem entrar. Este mapa que está sendo divulgado na
imprensa, ele não é verdadeiro. Muitos locais ali já estão tomados por
barracas, para não dizer outra coisa, vendendo espaço para comercialização de
produtos que não têm nada a ver com a nossa cultura. Quero fazer este registro.
Presidente,
permita-me falar em Comunicação de Líder para que eu possa prosseguir, aqui.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Lamento
que o nosso Projeto, aprovado nesta Casa, que trata do patrono e da patrona da
Semana Farroupilha, os molóides lá do Executivo não conseguiram implementar;
isto eu já disse, então, só vou reforçar. Eu pediria até para que o fotógrafo
registre, sabe por quê? Eu vou dar esta fotografia, vou mandar para a pessoa
que eu acho que é a mais responsável por aquilo que vou falar aqui, que é a
permissão de instalar numa área considerada tradicionalista... Porque aqui
nesta região, em volta do Parque da Harmonia, não se permite que se instale
qualquer coisa que não represente a nossa cultura.
E
esse monumento que para mim sempre foi, e eu pensei, caros Vereadores, que era
algo que pudesse representar uma preocupação com o câncer de mama; isso ali
poderia muito bem servir como monumento às mamas, não um monumento às cuias.
Olhem aqui: esta aqui é a nossa cuia. (Mostra uma cuia.) Talvez algo rústico
pudesse melhor representar a nossa cultura, a nossa tradição. Isso ali é uma
ofensa; simplesmente instalarem um
equipamento desses. Pode ser um objeto de arte, eu não discuto isto, só que,
infelizmente, com todo o respeito, isso não representa a nossa cultura. Uma
cuia, algo original, rústico, mas não
uma obra delicada dessa forma que, para mim, mais representa um amontoado de
tetas, com todo o respeito - desculpem-me pela minha franqueza aqui.
Mas
é um protesto por permitirem que um monumento com esta representatividade possa
ser instalado lá próximo ao Parque da Harmonia, representando as cuias, chamado
Monumento Supercuia. Então, assim, caros Vereadores, eu sei que vamos dividir
as opiniões das pessoas, mas eu acho que está na hora de a gente assumir, e eu
assumo, os ônus e os bônus de tomar uma posição dessa natureza. Acho que isso
não foi discutido com aqueles que cultuam as nossas tradições. Aqueles que
tomaram a decisão de permitir a instalação desse monumento devem responder pelo
gesto. Assim como muitas coisas são discutidas com os tradicionalistas, com
aqueles que cultuam as nossas tradições, a colocação desse monumento deveria ter
sido discutido. Simplesmente porque é da Bienal, instalaram ali e bateram
palmas! Sem conversar, sem discutir com aqueles que defendem e cultuam as
nossas tradições.
O
Rio Grande do Sul deve se orgulhar dos gaúchos, como os gaúchos se orgulham do
Rio Grande do Sul.
Devemos
respeitar todos os artistas do mundo inteiro; agora, convenhamos, será que nós
não temos alguém aqui para fazer um objeto de arte que melhor represente a
nossa cultura, Ver. Sebenelo?
Temos
de nos rebelar. Como é que vamos permitir que instalem um equipamento que,
tenho certeza, a maioria da população não entende.
Eu
mesmo confesso, novamente: para mim, isso aqui representava algo relativo ao
câncer de mama ou coisa semelhante. E, de repente, fico sabendo que é o
monumento chamado Supercuia.
Temos,
em Passo Fundo, em Venâncio Aires, monumentos às cuias, que são belíssimos; não
precisamos enfeitar, não precisamos de idéias do exterior. Pelo amor de Deus!
Fica, aqui, o nosso protesto.
Quero
dizer que é muito bom que os acampados, que são em torno de 350, estão
apresentando - nos seus acampamentos - projetos culturais. Nesse sentido
queremos dar um crédito, um elogio, ao Prefeito Fogaça, que foi sábio e
inteligente, pois são projetos que, num primeiro momento, podem aparentar
pequenos, mas são muito grandes. As pessoas que estão acampadas lá estão tendo
a oportunidade de apresentar desde a história do gaúcho, de contar a história
da Revolução Farroupilha, da Abolição da Escravatura, até a nossa culinária - o
carreteiro, a vaca atolada.
Para
nós, Ver. Luiz Braz, Presidente dos trabalhos, é motivo de muito orgulho. Podemos ver
que, lá, cada acampado tem uma programação. Que coisa linda; todos
preocupando-se em melhor apresentar seu projeto. Há concursos ali, o melhor
carreteiro, enfim, uma variedade de atividades.
Agora, nós temos que ficar de prontidão para não
permitir que se faça dali uma grande feira, um grande negócio. A Semana
Farroupilha não é para dar lucro, é a oportunidade que nós - os gaúchos - temos
de valorizar a nossa cultura. Obrigado Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Dr.
Goulart está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Licenciado. O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há uma preocupação
permanente entre todos os políticos, entre todos aqueles que pleiteiam cargos
nesta eleição, sobre emprego e desemprego. Nós sabemos que emprego gera mais
emprego, desemprego gera mais desemprego, e que algumas coisas acontecem quando
o Estado não consegue fazer investimentos. Se o Estado não faz investimentos,
reduz-se em muito o número de empregos.
Eu olho o mapa do Rio Grande do Sul e vejo aqui uma
reportagem do jornal Zero Hora, do dia 5 deste mês, mostrando como as coisas
realmente ficam complicadas para entender. Há 20 anos o Rio Grande do Sul tinha
233 Municípios, e agora tem 496. Em 20 anos nós acrescemos 263 Municípios ao
Estado. E o que representou para o Estado esse acréscimo de 263 Municípios? Quanto
mais de renda entrou para o Estado? Nada! Absolutamente nada! Agora, quanto
gasta a mais o Estado por causa disso? Gasta uma enormidade: delegados de
polícia, professores, hospitais; porque não existem. Enfim, são ônus. Para o
Estado, não representou nenhum benefício; portanto, para a população idem.
Há dez Municípios que variam entre 1.162 e 1.642
habitantes; há uma variação, portanto, de 480 habitantes de um Município para o
outro. Mas três deles, o Município de União da Serra, há um ano atrás, tinha 1.545
habitantes, agora tem 1.480. O Município de Engenho Velho tinha 1.744
habitantes, agora tem 1.674 habitantes. E o Município de Carlos Gomes tinha
1.629, agora tem 1.578 habitantes. Os moradores estão fugindo. Mas havia uma
Disposição que dizia que tinha que ter um número mínimo de eleitores. Onde está
esta Disposição? Nós sabemos que esses Municípios de mil e poucos habitantes
têm sete Vereadores, têm um Prefeito, uma Prefeitura, uma Câmara - tudo isso é
ônus. E não produzem nada! Não há como sobreviver.
Eu
acho que nós temos que fazer uma reavaliação do que está acontecendo com os
Municípios deste País. E não é só para os Municípios que nós temos que olhar.
Esses sete Vereadores poderiam ser dispensados, não servem para nada. Não há
receita para pagar os sete Vereadores; como sobrevivem num Município de mil e
cem habitantes?
Mas,
por outro lado, nas grandes cidades o número de Vereadores cresceu e há
Deputados querendo fazer número maior. Eu acho que nós temos que diminuir o
número de Vereadores. Nós temos que diminuir o número de Deputados Federais
para podermos, em vez de gastar com eles, fazer investimentos e gerar empregos.
Na
proporção dos Estados Unidos, onde há 50 Estados, há 100 milhões de habitantes
a mais do que nós, com um milhão de quilômetros quadrados a mais do que nós, se
nós tivéssemos a mesma proporção, por Estado, nós teríamos 234 deputados. Nós
temos 513 Deputados Federais. Agora, num esforço concentrado, apareceram para
votar 380 Deputados; 133 Deputados não sei o que estavam fazendo - não eram
necessários! Então, nós poderíamos ter 234 mesmo, e milhões de reais seriam
usados para investimentos.
Nas Câmaras Municipais, nessas em que há
excesso de Vereadores, nós teríamos sobras para investir nos Municípios, e
investimento sempre é emprego. Emprego gera emprego. Desemprego gera
desemprego. Quando alguém emprega mais cem pessoas, nós temos mais cem
consumidores. Tem que ter alguém para produzir, tem que ter alguém no comércio
para vender para aqueles cem consumidores. Agora, quando se desemprega cem, sai
um do comércio, sai um da indústria, sai um de outro serviço, porque houve
desemprego.
Então,
eu acho que os políticos que cuidaram de fazer mais Municípios se equivocaram
redondamente. Até em Porto Alegre, em 1986, quiseram separar o Bairro Humaitá
para fazer uma nova cidade. Porto Alegre tem 500 quilômetros quadrados de área.
E é bem atendida. Todos os 500 quilômetros quadrados são bem atendidos, não
importa qual seja a administração. Há falhas, sem dúvida nenhuma, mas são 500
quilômetros quadrados. Não dava para fazer mais um Município. E aí eu me lembro
do Vereador Roberto Landell de Moura, quando Belém Novo, Tristeza e outros
bairros da zona Sul queriam emancipar-se de Porto Alegre e fazer um novo
Município. Ele que gostava do bairro Tristeza e morava lá, ao fazer uma
pergunta, terminou com a pretensão dos que queriam fazer a divisão. Ele
perguntou aos moradores da Tristeza se eles queriam ser bairro de Porto Alegre
ou bairro de Belém Novo. Claro que eles queriam ser bairro de Porto Alegre, e
terminou a função.
Eu
acho que precisávamos revisar isso, e a Assembléia Legislativa tem obrigação de
revisar isso aqui, porque só traz ônus para o Estado e não traz possibilidade
de investimentos.
Eu
peço desculpas por ter ultrapassado o meu tempo, Sr. Presidente. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª
SESSÃO
PROC. N. 3248/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 139/06, de
autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Praça União Hideraldo Luiz
Marcondes o logradouro público cadastrado, conhecido como Praça da União,
localizado entre as Ruas Marcirio da Silva Barbosa, Júlio Dias de Souza e a
divisa do Loteamento Vila Urubatan, e revoga a Lei nº 6.133, de 27 de junho de
1988.
PROC. N. 4073/06 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 020/06, de autoria dos Vereadores Margarete Moraes e Haroldo de Souza, que altera a redação do
inciso XX e inclui §§ 1º e 2º no art. 18, e dá nova redação ao inciso II do
art. 39 da Lei Complementar nº 12, de 07 de janeiro de 1975, e alterações posteriores, incluindo regras que
proíbem a fixação de publicidade, como faixas, cartazes e placas de divulgação,
inclusive as de cunho político-eleitoral. Emenda nº 01.
PROC. N. 4249/06 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 005/06, que
altera as Leis Complementares nº 07, de 07 de dezembro de 1973, e 534, de 28 de
dezembro de 2005. (IPTU/recurso; Tribunal Administrativo de Recursos
Tributários do Município - TART)
PROC. N. 4414/06 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 192/06, de
autoria dos Vereadores Raul Carrion e
Manuela d'Ávila, que denomina Rótula Tenente-Coronel-Aviador Alfeu D’Alcantara
Monteiro o logradouro público cadastrado, conhecido como Rótula 2082.
2ª SESSÃO
PROC.
N. 2615/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 011/06, de autoria dos Vereadores Sebastião Melo
e Maristela Maffei, que dispõe sobre a alteração dos regimes urbanísticos
fixados no anexo 1.2 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e
alterações posteriores (PDDUA), para a Subunidade (SU) 1 da Unidade de
Estruturação Urbana (UEU) 146 da Macrozona (MZ) 3 e SU 1 da UEU 012 da MZ 4, e
dá outras providências.
PROC.
N. 4042/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 176/06, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que inclui §§ 1º e 2º
no art. 1º da Lei nº 5.090, de 8 de janeiro de 1982, alterada pela Lei
Complementar nº 364, de 28 de dezembro de 1995, que dispõe sobre a utilização e
exploração de publicidade em veículos de aluguel providos de taxímetro,
encarregando o órgão competente do Executivo Municipal de manter cadastro dos
sindicatos, associações e cooperativas representantes da categoria dos taxistas
e a estes de expedir autorização de publicidade.
3ª SESSÃO
PROC.
N. 4142/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 183/06, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor José Carlos de
Moura.
PROC.
N. 4199/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 185/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
denomina Rua Joel Gentil da Luz o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua
“D” - Vila Monte Cristo, localizado no Bairro Vila Nova.
PROC.
N. 4271/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 186/06, de autoria do Ver. Elias Vidal, que
institui, no Município de Porto Alegre,
a “Semana do Mutirão de Natal”, a ser realizada, anualmente, na segunda semana
que antecede o Natal, com a finalidade de arrecadar alimentos, roupas e
brinquedos para doação a pessoas carentes, e estabelece a adesão como forma de
participação e organização do evento.
PROC.
N. 4285/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 187/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
declara de utilidade pública a entidade denominada Devoção de Nossa Senhora dos
Navegantes.
PROC.
N. 4360/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 033/06, que altera a denominação do bairro
“Centro” para “Centro Histórico”, mantendo os limites instituídos pela Lei n.
4685, de 21 de dezembro de 1979.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Prefeito encaminha
à Casa um Projeto de Lei em que faz alterações na Lei Complementar nº 07, que criou, no fim do ano passado, o
Tribunal Administrativo de Recursos Tributários. Com relação ao antigo Conselho
de Contribuintes, que passou a ser um Tribunal, aprovado no fim do ano passado,
já parte do Prefeito uma alteração no Tribunal Administrativo de Recursos
Tributários do Município de Porto Alegre, (TART).
Eu
acho, quando eu olho um Projeto de Lei como esse, que nós temos que fazer, sem
dúvida nenhuma, a consolidação das leis que já está prescrito no nosso Regimento
Interno, e é lei, e nós precisamos consolidar, porque é difícil lidar com esse
número de leis. Mas, ao mesmo tempo, nesse Projeto de Lei, o Prefeito cria dois
cargos, duas funções gratificadas, e na forma da Lei de Responsabilidade
Fiscal, essas duas funções gratificadas representam custos, e deveriam constar
aqui no Projeto de Lei do Prefeito quanto isso representa. Ficam criadas uma
função gratificada de Secretário de Tribunal e uma outra de Secretário
de Tribunal Adjunto. Isso tem custo, tem ônus, e a Lei de Responsabilidade
Fiscal determina que qualquer tipo de Projeto como este, para ser analisado,
deve dizer quanto custa, e de onde vêm os recursos.
Por
outro lado, o Prefeito pretende fazer com que a área central, que hoje é
denominada de Centro de Porto Alegre, passe a se chamar Centro Administrativo.
Há uma série de equívocos da parte do Prefeito, ao encaminhar este Projeto de
Lei, porque na Ementa, ele está dizendo que altera o nome do bairro Centro. Não
existe o bairro Centro. Existe a Zona Central, e o Centro não é bairro.
Portanto, a Ementa está errada e o próprio Projeto de Lei está errado. Eu acho
que as pessoas que copiaram os dois projetos anteriores que definiram os
bairros, esqueceram-se que os dois dizem a mesma coisa. É Área Central. Apenas
no segundo Projeto de Lei alteraram para Área Central, que ao invés de ser Rua
Washington Luiz, passou a Av. Loureiro da Silva, que naquele tempo, em 1959,
quando foram criados os bairros de Porto Alegre pelo Ver. Ary Veiga Sanhudo,
não havia a Av. Loureiro da Silva.
Portanto,
eu acho que nós precisamos emendar e precisamos cuidar. Não é só fazer Projeto
de Lei, não; precisamos fazer Projeto de Lei bem feito. Leis claras, precisas,
concisas para serem respeitadas. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Aproveito,
Ver. João Dib, para dizer da competência que têm as integrantes da nossa
Diretoria Legislativa; elas participaram de cursos exatamente para que nós
possamos trabalhar na consolidação de leis dentro do nosso Município, para que
a gente possa trabalhar esse tema dentro do Legislativo. E V. Exª traz muito
bem este assunto, mais uma vez, aqui neste Plenário.
Encerrada
a Pauta.
Não
há mais Vereadores inscritos em Comunicação de Líder.
Vendo
que não temos número suficiente de Vereadores para entrarmos na Ordem do Dia,
encerramos os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h53min.)
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